Acusado de propaganda enganosa, Haddad tirará selo de ônibus de SP


BIODIESEL – São 15 mil ônibus em operação na cidade. Aproximadamente 1.200 chegaram a utilizar o biodiesel e outros 400 o diesel de cana; Prefeitura de São Paulo acatou Conar

A Prefeitura de São Paulo vai remover a identificação de Ecofrota nos ônibus que não utilizam mais o biodiesel e o diesel de cana de açúcar. A gestão Haddad acatou durante a semana decisão do Conar (Conselho Nacional de Autorregulamentação Publicitária), após denúncia feita pelo vereador Gilberto Natalini (PV) ao conselho, em abril. No ofício encaminhado ao Conar, Natalini classificou de “propaganda enganosa” a adesivação nos ônibus.

Natalini reiterou a crítica. “Em 2014 o prefeito suspendeu o programa (de utilização de combustíveis renováveis e biodegradáveis), mas manteve os adesivos. Ele está enganando a população”, diz o vereador.

O projeto surgiu na gestão de Gilberto Kassab (2006-2012, hoje no PSD), com a publicação em 2009 da Lei de Mudanças Climáticas, que determinava que até 2018 toda a frota de transporte público da cidade deveria operar apenas com combustíveis não fósseis. A transformação seria gradual e previa a substituição de 10% da frota a cada ano.

No entanto, o programa foi paralisado em 2014 pelo governo petista devido ao alto custo da transição e à problemas técnicos. O secretário de Transportes de Haddad, Jilmar Tatto, já assumiu ser difícil o cumprimento da meta até 2018. “Hoje não tem produção em escala [de ônibus com combustíveis limpos], o custo é muito alto e quem paga é o poder público”, disse o secretário, em abril.

Além da remoção dos adesivos nos veículos movidos a biodiesel e diesel de cana – ônibus movidos a etanol, elétricos e trólebus podem manter o selo – a recomendação do Conar inclui também a atualização dos dados sobre a Ecofrota no site da prefeitura.

São 15 mil ônibus em operação na cidade. Aproximadamente 1.200 chegaram a utilizar o biodiesel e outros 400 o diesel de cana. Em nota, a SPTrans disse que vai respeitar a decisão do Conar e determinará a retirada imediata dos adesivos às empresas.