RENATA MOURA
NATAL, RN (FOLHAPRESS) – Os cerca de mil homens do Exército escalados para reforçar a segurança pública no Rio Grande do Norte, em meio a uma onda de ataques que atinge o Estado desde sexta-feira (29), começaram a chegar a Natal na manhã desta quarta-feira (3).
Segundo o Exército, a operação deverá efetivamente começar na quinta-feira (4). Aeroportos, corredores viários e pontos turísticos serão patrulhados.
O uso do Exército, para ajudar a conter a onda de violência que já atingiu 31 cidades, foi pedido pelo governador Robinson Faria (PSD) à Presidência da República e autorizado desde o fim de semana pelo presidente em exercício, Michel Temer (PMDB). Oficialmente, porém, a ordem do presidente interino só chegou nesta terça-feira (2) ao Exército.
Com a ordem, militares procedentes das cidades de Garanhuns (PR), Jaboatão dos Guararapes (PE), João Pessoa (PB), Campina Grande (PB) e Caicó (RN) foram deslocados para atuar em Natal e na região metropolitana. Duzentos homens da Marinha, do Rio Grande do Norte, também devem participar da ação.
A operação deve durar cerca de 15 dias e será detalhada à imprensa nesta quinta-feira (4), com a presença do ministro da Defesa, Raul Jungman, do governador e do comando do Exército no Nordeste.
Segundo a Secretaria de Estado da Segurança, desde sexta o Estado registrou 92 ocorrências, entre as quais 54 incêndios, 24 tentativas de incêndio e sete disparos contra prédios públicos e proximidades, quatro deles envolvendo artefatos explosivos.
Os ataques, segundo o governo, seriam uma retaliação à instalação de bloqueadores de celulares em uma unidade prisional do Estado, medida que deve ser estendida a mais presídios ainda este ano.
Até a manhã desta quarta, 85 suspeitos de participação haviam sido detidos ou apreendidos. A lista inclui um adolescente que foi pego espalhando trotes sobre os atentados nas redes sociais.
Uma série de áudios e vídeos tem se espalhado principalmente pelo Whatsapp, com ameaças e a apontando possíveis novos alvos dos bandidos. Parte das mensagens partiu de dentro de presídios, segundo o governo potiguar.