SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A polícia turca conduz nesta segunda-feira (15) operação policial em três tribunais de Istambul após a emissão de 173 mandados de prisão contra funcionários do Judiciário do país, informaram agências de notícias locais.
A operação ocorre exatamente um mês após uma tentativa de golpe, e tem como alvo funcionários suspeitos de ligação com o clérigo opositor Fetullah Gülen, exilado nos EUA. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, acusa Gülen de ter orquestrado o golpe -o clérigo nega envolvimento.
Foram alvos da operação desta segunda o Palácio da Justiça de Istambul e as cortes de Bakirkoy e Gaziosmanpasa, no lado europeu da cidade. A polícia fez buscas nos escritórios e computadores dos funcionários suspeitos de ligação com Gülen, bem como em suas residências.
Como parte da mesma investigação, quatro membros do Judiciário foram detidos na semana passada.
Desde o golpe frustrado, em que mais de 240 pessoas foram mortas, o governo de Erdogan realiza um intenso expurgo no país, detendo ou demitindo militares, funcionários públicos e jornalistas suspeitos de participação na ação contra o presidente. No Judiciário, por exemplo, mais de 2.700 juízes e procuradores foram afastados.
O primeiro-ministro Binali Yildirim afirmou à imprensa local no sábado (13) que o único compromisso que a Turquia pode assumir em relação a Gülen é “este chefe terrorista vir à Turquia e ser processado”.
Em carta publicada na última sexta-feira (12) no jornal francês “Le Monde”, o clérigo opositor afirmou que voltará à Turquia caso uma investigação internacional e independente prove seu envolvimento com o golpe.
Autoridades turcas afirmaram que entregaram documentos sobre o clérigo ao governo dos Estados Unidos. Washington tem adotado cautela ao falar sobre o golpe, dizendo que precisa de evidências claras da participação de Gülen. Uma missão do Departamento de Justiça dos EUA deve ir à Turquia no fim deste mês.