Trabalhadores da Mercedes-Benz de SP protestam contra 2 mil demissões


Os trabalhadores da fábrica da Mercedes-Benz de São Bernardo do Campo (SP) fizeram manifestação na cidade contra a demissão de cerca de 2.000 pessoas. Após assembleia na sede do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC na manhã desta quarta (17) com cerca de 7.000 pessoas, segundo a entidade, foi definida uma mobilização para pressionar a empresa a negociar.

A primeira ação tomada foi uma passeata da sede da empresa até o centro da cidade. A ideia é chamar a atenção da sociedade para a situação. Novas atividades devem ser definidas para os próximos dias.

Na segunda (15), a produção da unidade foi suspensa e cerca de 10 mil funcionários – quase toda a mão de obra da fábrica – estão em licença remunerada, sendo que 1.400 já estavam nessa situação desde fevereiro.

Desde o início da semana, parte desses trabalhadores tem sido informada, por telegrama, sobre a demissão. O desligamento deve ser efetivado em setembro, quando termina o período de estabilidade de emprego que a Mercedes-Benz foi obrigada a conceder por ter aderido ao PPE (Programa de Proteção ao Emprego).

Contatada, a companhia não informa quantas pessoas serão cortadas, mas diz que há aproximadamente 2.000 funcionários excedentes na fábrica de São Bernardo do Campo. Segundo o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, esse é o número de demissões que a empresa pretende realizar.

A montadora atribui a medida à queda na demanda em razão da desaceleração econômica, o que obrigou a empresa a diminuir a produção. Antes do início dos cortes, a empresa já havia suspendido temporariamente contratos, concedido férias coletivas e aberto programas de demissão voluntária.