SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A presidente Dilma Rousseff apresentou pessoalmente aos senadores, em um discurso de 45 minutos e meio nesta segunda (29), sua defesa durante sessão do processo de impeachment.
Ela afirmou que não cogitou renunciar, disse que “a traição, as agressões verbais e a violência do preconceito” a assombraram, “mas foram sempre superadas pela solidariedade, apoio e disposição de luta de milhões de brasileiros”.
Dilma fez um apelo final. “Não aceitem um golpe que em vez de solucionar, agravará a crise brasileira”.
“Peço que façam justiça a uma presidente honesta, que jamais cometeu qualquer ato ilegal. Votem, sem ressentimento, o que cada senador sente por mim e o que nós sentimos uns pelos outros importa menos, neste momento, do que aquilo que todos nós sentimos pelo país e pelo povo brasileiro”, afirmou.
“Peço que votem contra o impeachment e pela democracia”, concluiu. Em seguida, foi muito aplaudida pelos apoiadores presentes. Na sequência, ela responde a perguntas dos senadores.
A previsão era que ela falasse às 9h, mas a sessão foi só aberta pelo presidente do Supremo Tribunal Federal, Ricardo Lewandowski, às 9h42. Dilma iniciou sua fala às 9h53.
Dilma está afastada há quase quatro meses, desde que o Senado aceitou o processo e Michel Temer assumiu interinamente a Presidência. Ele diz já ter os 54 votos mínimos necessários para ser confirmado no cargo.
A petista é acusada de editar, em 2015, decretos de créditos suplementares sem aval do Congresso e de usar dinheiro de bancos federais em programas do Tesouro, as chamadas “pedaladas fiscais”.
Foto: Pedro Ladeira/Folhapress