Protesto anti-Temer encolhe e divide espaço com ciclistas na av. Paulista

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PAULA REVERBEL
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Início de protesto contrário ao presidente Michel Temer (PMDB) leva poucos manifestantes à avenida Paulista neste domingo (18), onde a maioria dos presentes são pessoas que vieram aproveitar a via fechada em um dia ensolarado.
Ciclistas circulam entre os manifestantes. Até a metade da tarde deste domingo, esse era o menor dos atos anti-Temer e em favor de eleições diretas organizando pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
Raimundo Bonfim, coordenador da Central de Movimentos Populares e da Frente Brasil Popular, estimou às 15h40 que a manifestação contava com cerca de 10 mil pessoas. Ele disse que são esperados de 15 a 20 mil pessoas e que há programação cultural até o encerramento, marcado para 21h.
Ele atribui a menor presença de manifestantes a vários fatores: a alta frequência dos atos, o envolvimento dos grupos de esquerda com as eleições municipais e com a paralisação marcada para o dia 22, e ao fato de que “felizmente, a violência da polícia diminuiu nos últimos atos”. Ele afirma que a violência policial deixa muitas pessoas indignadas e que isso acaba aumentando a quantidade de pessoas que vai aos protestos.
“O importante é que estamos mantendo uma manifestação permanente”, disse. Ele acredita que os protestos voltarão a crescer quando a reforma da Previdência e a implantação de um teto de gastos passarem a ser discutidas no Congresso.
O ato do dia 11 deste mês, que marchou ate o parque Ibirapuera e teve três detidos, tinha, segundo os organizadores, 50 mil pessoas. A PM não fez estimativa de público na ocasião.
Já o ato do dia 4, que marchou da av. Paulista até o Largo da Batata, tinha 100 mil manifestantes, de acordo com as frentes que convocaram a manifestação. A PM divulgou no dia seguinte estimativa de 30 mil pessoas. O protesto correu pacificamente até o fim, mas, na hora da dispersão, houve corre-corre e ação da polícia, que lançou bombas de gás e usou jatos d’água para afastar os manifestantes.
O protesto deste domingo é o primeiro ato pós-impeachment que foi organizando pelas frentes que apoiaram Dilma, mas que não contou com a presença de nenhum político próximo à ex-presidente.
Segundo Bonfim, o ato do último domingo foi criticado por alguns militantes porque foi dado espaço para os candidatos à prefeitura de São Paulo Fernando Haddad (PT), atual prefeito, e Luiza Erundina, deputada federal pelo PSOL. Ambos aproveitaram para vincular adversários da disputa eleitoral ao impeachment de Dilma e ao governo Temer.
“Algumas pessoas falaram que quase foi um comício”, explicou.
Neste domingo, a intenção é fazer “mais uma intervenção cultural com falas dos líderes das entidades”. Ao todo, seis bandas tocarão no protesto. A primeira foi o conjunto Mustache e os Apaches.