Na periferia de SP, Doria joga bola e diz que pobres serão prioridade

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O prefeito eleito João Doria (PSDB) foi ao extremo sul da capital paulista nesta terça-feira (18), onde jogou bola num campo de terra, comeu coxinha em um bar e prometeu que governaria para a periferia.
Os locais escolhidos, Grajaú e Parelheiros, foram os únicos distritos em que Doria não teve maioria de votos. “Eu adorei a sua entrevista no Ratinho”, ouviu de uma moradora do bairro.
“Eu vim para agradecer o povo dessa região. Porque a nossa prioridade são os mais pobres, os mais humildes. É a periferia da cidade de São Paulo. Por isso fiz questão de começar essa visita por aqui”, disse.
Doria foi tietado enquanto caminhava pelos dois bairros.
Em Parelheiros, ele entrou em um mercado, armarinhos e em uma loja de lingerie, entre outros comércios. Nas fotos que posou fazendo seu símbolo de campanha com os dedos, que apelidou de “acelera”, Doria teve de ensinar a alguns como fazer o sinal.
A uma moradora do bairro que perguntou sobre a boca machucada, ele contou que se machucou com a bola de basquete, enquanto jogava com um dos filhos.
A caminho do Grajaú, Doria parou na região de Vargem Grande. Ali, ouviu pedidos de moradores e tocou bola com garotos em um campo de terra.
Mesmo de sapato e camisa social, o tucano conseguiu fazer embaixadinhas, enquanto era fotografado.
O tucano foi acompanhado por vereadores da região, como Milton Leite (DEM) e Ricardo Nunes (PMDB) -este último apoiou Marta nas eleições, mas já tem conversado sobre o apoio a Doria. Nunes deve ser o relator do orçamento que será votado neste ano, peça de interesse do prefeito eleito.
Leite, segundo mais votado da Câmara, com mais de 100 mil votos, garantiu a boa recepção do Grajaú. “Milton Leite indicou, João Doria trabalhador”, cantavam alguns.
Ele entrou em um bar do bairro para fazer uma foto comendo coxinha, imagem que se repetiu durante sua campanha -na qual não fugiu do rótulo de “coxinha”, como eram chamados os manifestantes pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). Dessa vez, diferentemente de uma foto comendo pastel que viralizou na internet, ele não fez careta.
AJUDA
Na agenda, Doria afirmou que pedirá ajuda ao presidente Michel Temer (PMDB) para manter o preço da tarifa de ônibus congelado.
O tucano prometeu congelar a passagem, o que causará necessidade de aumento do subsídio, hoje na casa do R$ 1,8 bilhão. Doria estima um gasto extra de R$ 500 milhões.
Ele afirmou que se reunirá com o Temer no dia 25. “Tenho certeza de que ele estará sensível e poderá contribuir com São Paulo. À medida que não atualizamos a tarifa de ônibus, São Paulo também dá uma contribuição para estabilidade inflacionária. É justo que o governo federal possa retribuir esse mesmo gesto”, disse.
Doria disse que com o alto índice de desemprego “não é possível aumentar a tarifa de ônibus”.
O prefeito eleito também anunciou um conselho formado por ex-prefeitos para discutir a cidade. Ele afirmou que Fernando Haddad (PT), Marta Suplicy (PMDB), Luiza Erundina (PSOL) e Paulo Maluf (PP) já aceitaram participar, falta apenas José Serra (PSDB), que está viajando.
Na manhã desta terça, a equipe dele se reuniu com a de Haddad para tratar de questões financeiras. Além da questão da passagem, foram tratados outros gargalos das finanças municipais, como a crise no Theatro Municipal e a queda de arrecadação.
Participaram da reunião o secretário de Governo da gestão Fernando Haddad (PT), Chico Macena, e Julio Semeghini, cotado para assumir o posto na gestão João Doria (PSDB).
O atual secretário de Finanças, Rogério Ceron fez uma exposição para a equipe de Doria, explicando a peça orçamentária para o próximo ano.
“É um momento difícil para todo o Brasil. São Paulo não está fora desse quadro econômico”, disse Semeghini.
Um dia depois, Haddad e Doria se encontrarão pessoalmente para falar da transição. No dia 28, a prefeitura apresentará dados setoriais para a equipe de Doria.

ARTUR RODRIGUES
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

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