Cunha não deve receber visita da mulher na prisão

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O deputado federal cassado Eduardo Cunha, preso na Operação Lava Jato, não irá receber tão logo a visita da mulher Claudia Cruz e dos filhos.
Segundo o advogado Marlus Arns, o próprio Cunha considera um desgaste desnecessário a presença de parentes na carceragem da superintendência da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba. Ontem houve protestos em frente à sede da PF e advogados de Cunha foram hostilizados.
“Os ânimos estão muito exaltados na sociedade”, diz Arns.
Claudia, que também é ré na Lava Jato sob suspeita de se beneficiar de dinheiro de corrupção, falou nesta quarta (19) com o advogado Pierpaolo Bottini, que a aconselhou a não ir para Curitiba no momento.
As visitas na superintendência acontecem às quartas-feiras, mas em casos excepcionais já houve permissão para a entrada de parentes em outros dias.
A defesa deve entrar com pedido de habeas corpus para a soltura do ex-deputado, segundo Arns.
“Ainda estamos analisando a decisão, que é de um processo que já estava em trâmite no STF. Já tinha a denúncia recebida, então, é preciso analisar com muita cautela inclusive a questão de competência. Essa é a principal linha da defesa”, declarou o advogado.
PRIMEIRA NOITE
Eduardo Cunha está sozinho numa cela vizinha à do ex-ministro Antonio Palocci.
Um de seus primeiros pedidos aos advogados foi uma cópia do processo de prisão. Ele está estudando ponto a ponto as alegações do Ministério Público, fazendo anotações e sublinhando os trechos que considera mais frágeis.
Segundo Arns, Cunha permanece calmo. Os relatos na carceragem são de que o ex-deputado mantém uma postura quase impassível: não sua, não treme e não demonstra nervosismo. Na chegada ao IML (Instituto Médico Legal), na manhã desta quinta, disse “bom dia” à imprensa e afirmou que a decisão de sua prisão é “absurda”.
O ex-parlamentar não fez nenhum pedido especial de alimentação, e comeu a mesma refeição servida aos outros presos: arroz, feijão e frango. Na carceragem, ele ainda tem direito a duas horas de banho de sol por dia.
A rotina do ex-deputado tem se resumido, nessas primeiras horas de cárcere, a reuniões com advogados.
Na quarta (19), Cunha se reuniu na PF com cinco advogados de quatro bancas que fazem a defesa dele nos processos da Lava Jato. Nesta quinta, passou a manhã reunido com outros três defensores.