Metrô de SP perde R$ 6 mi por falta de troco e recorre até a igreja por moedas

Infográfico 03.11.2016: Atrás das moedinhas - Ações do Metrô de SP contra a falta de troco. (Arte Agora/Folhapress)
[the_ad id="63382"]

TROCO – Conforme as moedas faltantes, a tarifa cai para R$ 3,75, R$ 3,50 ou até R$ 3 – com limite de um bilhete por usuário

Em plena crise, com plano de demissão voluntária em andamento e uma série de entraves para se expandir, o Metrô de SP deixou de arrecadar R$ 6 milhões somente neste ano devido a descontos na tarifa por falta de moedas para troco em bilheterias. Isso representa uma perda de R$ 20 mil por dia para a empresa ligada ao governo do estado nos primeiros dez meses deste ano.

O total representa 0,4% da arrecadação com venda de bilhetes. O montante, porém, poderia ser usado para obras pontuais e substituição de equipamentos – no ano passado, por exemplo, a empresa recebeu um aporte de R$ 260 milhões do governo do Estado para quitar as contas.

De acordo com o diretor-financeiro do Metrô, José Carlos Nascimento, a companhia precisa ter mensalmente R$ 1,2 milhão em moedas para troco nas bilheterias. O Banco Central, principal fonte delas, forneceu apenas R$ 250 mil em peças de metal no último mês, R$ 1 milhão a menos do que o necessário.

A passagem custa R$ 3,80, mas quase todos os dias passageiros são surpreendidos com promoções relâmpagos em algumas bilheterias. Conforme as moedas faltantes, a tarifa cai para R$ 3,75, R$ 3,50 ou até R$ 3 – com limite de um bilhete por usuário.

Para reduzir esse rombo milionário, o metrô atua em uma série de frentes para arrecadar mais moedas. Uma delas é a instalação de máquinas que aceitam moedas para a recarga do Bilhete Único. Há três delas em fase de testes na estação São Bento, na região central, e a ideia é ao menos uma em cada estação.

A empresa também tem feito parcerias com setores que acumulam moedas, como o varejo. Uma das últimas cooperações foi com concessionárias de rodovias, que costumam receber moedas nos pedágios.

O Metrô tem procurado até igrejas para trocar por cédulas as moedas doadas em missas. “É um trabalho de formiguinha, ir em todos os pontos arrecadando moedas”, diz o diretor financeiro do Metrô.

Além disso, máquinas “cata-moedas” estão espalhadas por oito estações. Até o fim de outubro, elas arrecadaram 469,5 mil moedas, mas que somavam só R$ 124 mil.

[the_ad_group id="6840"]