‘Não sou religioso’, diz Janot sobre ‘pacto diabólico’ alegado por Lula


O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, respondeu, nesta sexta (11), às críticas feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que disse nesta quinta (10) ser vítima de um “um pacto quase diabólico entre a mídia, a Polícia Federal, o Ministério Público e o juiz que está apurando todo esse processo”.
“O que eu posso dizer é que eu não sou religioso”, rebateu Janot, em café da manhã com jornalistas na sede da Procuradoria-Geral da República. No evento, ele apresentou um balanço das atividades da instituição neste ano.
Em referência a Lula, Janot defendeu o direito de qualquer cidadão “externar suas críticas”. Mas não quis comentar a atuação da força-tarefa da Lava Jato, em Curitiba, em relação ao ex-presidente.
O procurador-geral também sugeriu preocupação com propostas que tramitam no Congresso e que podem ter o objetivo de barrar a Lava Jato. Ele comparou a situação brasileira à da Itália, onde a operação Mãos Limpas -considerada semelhante à Lava Jato- sofreu ataques dos parlamentares investigados.
Segundo Janot, na Itália houve medidas legislativas para anular provas provenientes do exterior, a criação de uma lei de abuso de autoridade e de outra para suspender a tramitação de processos em curso envolvendo políticos eleitos.
“Essas medidas legislativas que ocorreram na Itália são discutidas de uma forma ou outra aqui”, afirmou.
O procurador-geral ainda defendeu o fim do foro privilegiado -argumentando que há mais de 22 mil autoridades no país com prerrogativa de foro, o que torna os processos lentos nos tribunais- e mudanças no sistema recursal, para evitar que processos sejam protelados.