Hamilton vence GP Brasil que teve redenção de Nasr e adeus de Massa

Único jornal diário gratuito no metrô

O GP Brasil deste domingo (13) misturou largadas e retomadas, emoções e definições do Campeonato Mundial de 2016.
Disputada sob forte chuva em Interlagos, a prova teve vitória do inglês Lewis Hamilton, que chegou a 355 pontos na classificação, diminuiu para 12 a desvantagem para Nico Rosberg (367) e deixou a decisão do título para a etapa de Abu Dhabi, no final deste mês.
A vitória foi a primeira de Hamilton, tricampeão mundial, no circuito. Com o triunfo, ele alcançou a marca de 52 na carreira, deixou Alain Prost para trás e se isolou como segundo maior vencedor de todos os tempos, atrás somente de Michael Schumacher (91).
A corrida “maluca” em São Paulo também assistiu à redenção de Felipe Nasr, que pontuou pela primeira vez no ano (9º), e ao adeus emocionado de Felipe Massa, que não completou as 71 voltas.
Dez minutos mais tarde do que o previsto (14h10), a corrida começou com safety car à frente dos pilotos, devido à forte chuva que caía na região de Interlagos, como já era esperado -a probabilidade era de 60%; a temperatura ficou na casa dos 18ºC, com umidade em 97%.
Apenas na sétima volta os carros puderam, de fato, “largar”. Assim que foram liberados, Max Verstappen ultrapassou Kimi Raikkonen e assumiu a terceira posição.
Surpresa da prova, Felipe Nasr, que largou em penúltimo, em poucos minutos já era o 15º. Felipe Massa também subiu posições, ao saltar de 13º para 11º.
No meio tempo, carros se revezaram nos boxes para trocar de pneus de chuva para intermediários.
Por uma ocorrência na altura dos boxes, o safety car foi acionado novamente. Companheiro de equipe Sauber de Nasr –que nesta altura já estava em nono–, Marcus Ericsson rodou, bateu em um muro e praticamente bloqueou a entrada para o pit lane.
Daniel Ricciardo, que vinha logo atrás, tentou se aproveitar com a iminência da bandeira amarela e foi para os boxes. A estratégia, inicialmente brilhante, fez-lhe pagar o preço: o pit já estava fechado, e ele levou cinco segundos de punição.
Enquanto perdurou a remoção do carro de Ericsson, os pilotos rodaram atrás do safety car.
Nem bem ele saiu, na abertura da volta 20, e a prova foi paralisada novamente.
Kimi Raikkonen bateu e atravessou a reta oposta perigosamente com sua Ferrari. A direção do GP determinou bandeira vermelha e a interrompeu.
A corrida ficou parada por 35 minutos -enquanto a Ferrari do finlandês era retirada. No intervalo, os comissários deram punição de cinco segundos a Massa por ultrapassar Esteban Gutierrez antes de cruzar área permitida.
A prova foi reiniciada às 15h21, mas as oito voltas seguintes foram conduzidas pelo safety car. A procissão durou apenas 14 minutos, já que às 15h35 os comissários decidiram dar outra bandeira vermelha de interrupção.
A torcida protestou nas arquibancadas, mostrando os polegares para baixo.
Via rádio, o líder Hamilton se queixou. “A pista está boa”, disse a mecânicos da Mercedes. “Não são condições extremas. Isso é normal.”
Após mais 27 minutos de pausa, a disputa foi retomada, com todos os pilotos obrigados a usar pneus de chuva.
Um dos momentos mais interessantes foi a briga pelo sexto lugar entre Nasr e Sebastian Vettel. O brasileiro, que fez ótima corrida, conseguiu segurar o alemão tetracampeão mundial por algumas voltas, mas acabou superado na 46.
MASSA FORA
Duas voltas mais tarde, Massa bateu na entrada dos boxes, mesmo lugar da colisão de Ericsson, e forçou nova entrada do safety car.
Por incrível que pareça, o anticlímax da redução de velocidade criou uma atmosfera propícia para sua despedida de Interlagos.
Enquanto sua Williams ficou parada na pista, ele saudou o público e abriu a bandeira brasileira no caminho para o pit lane.
Durante a passagem, mecânicos de todas as equipes aplaudiram-no de pé. Alguns o abraçaram. O pai, Titônio, a mulher, Rafaella, e o filho, Felipinho, foram recebê-lo também.
Daí em diante, a corrida maluca das primeiras 48 voltas tomou um ritmo mais moderado.
Hamilton cruzou em primeiro e adiou a decisão do título para o GP de Abu Dhabi, no próximo dia 27.
Nasr fez sua melhor corrida na temporada e conquistou seus primeiros pontos em uma temporada ruim. Ganhou pontos, também, para continuar na categoria.

PAULO ROBERTO CONDE, DANIEL MÉDICI E SANDRO MACEDO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)