Marlone empolga Oswaldo e reconquista Corinthians em um dia

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Em um dos bons lances de Marlone na noite de protagonista em Corinthians 1×0 Internacional, nesta segunda-feira (21), em Itaquera, Oswaldo de Oliveira se virou para o banco de reservas e disse empolgado: “viu só como recuperamos ele?”. A vibração, que foi assunto na entrevista coletiva do treinador após a partida, resume a volta por cima do jogador.
Com Oswaldo, Marlone vivia à margem do time titular e, nas últimas partidas, sequer era uma opção considerada pelo treinador. Com cinco desfalques do meio para a frente, a oportunidade apareceu para o jogador. A ótima atuação diante do Inter, com direito a gol de pênalti, fechou um dia que começou com a notícia do ano: o corintiano foi escolhido entre os finalistas do prêmio Puskás como um dos gols mais lindos do ano em todo o planeta.
“Estou muito satisfeito com o desempenho do Marlone”, resumiu Oswaldo. “Observo ele há muito tempo. No Sport, ansiei a volta dele. Mas ele não vinha bem no Corinthians. No nosso primeiro jogo, ele estava estafado. Depois, não vinha repetindo boas atuações. Depois correu atrás, se recuperou e hoje foi o melhor da partida, mereceu fazer o gol. Especialmente no dia em que um de seus gols pode ganhar o Prêmio Puskás. Ele está iluminado, tem grandes chances de jogar sábado”, contou o treinador.
Mas, até bem pouco tempo, a situação de Marlone era muito diferente. Nos planos do Corinthians para ir em busca do volante Rithelly, do Sport, a opção de envolver o meia-atacante na transferência era levada em conta. A notícia irritou bastante o jogador nos bastidores, e fez com que a direção tomasse conhecimento de que ele não gostaria de sair do clube dessa maneira. Publicamente, o gerente de futebol Alessandro negou a informação.
Depois da noite importante em Itaquera, justamente contra um Internacional que quis contar com ele no começo do ano, Marlone foi transparente. “Se falar que não quero ser titular estou sendo hipócrita. Teve momentos na minha carreira que fiquei triste e desanimado, mas não vivi triste e desanimado. Sempre encarei isso, por tudo que passei na vida…ser reserva eu tiro de letra”, explicou o jogador.
“Travo uma guerra desde o nascimento, fui separado do meu irmão para outra família. Passei tantos pepinos na vida que me fortaleci e voltei mais forte. Era um degrau para voltar com mais garra e experiência. Um dia ruim ensina muitas coisas e coisas boas duram um tempo. Estou vivendo elas agora, é desfrutar, estou muito feliz”, disse ainda Marlone depois de fazer o gol da vitória.
Os números mostram que Marlone tem razão quando pede oportunidade. Entre todos os meias e atacantes do Corinthians, ele é quem possui a melhor média de gols por tempo em campo. Com menos minutos em 2016 até que André, que deixou o clube no meio do ano, ele anotou sete vezes e deu quatro assistências. No returno do Brasileirão, é o jogador mais efetivo do elenco que tem sofrido no ataque.
No sábado, diante do Atlético-PR em jogo que praticamente vale vaga na Copa Libertadores, Oswaldo de Oliveira, que deve ter todos à disposição, não hesitará em utilizar os melhores jogadores. Marlone, provavelmente, estará entre os 11 eleitos.

DASSLER MARQUES
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS)