Marginal tem 1ª morte após aumento de limite


Um acidente entre dois carros e uma moto na marginal Pinheiros, na manhã desta terça (14), resultou na primeira morte nas marginais após o aumento dos limites de velocidade, em 25 de janeiro.
A batida ocorreu às 5h40 na pista expressa, no sentido Castelo Branco, próximo à ponte do Jaguaré, e ocupou as duas faixas da esquerda.
O motociclista morreu no local. A Polícia Militar solicitou uma perícia técnica, que começou a ser feita às 7h20 pela Polícia Técnico-Científica.
Em nota, a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) lamentou o acidente e disse que as circunstâncias estão sendo apuradas, assim como em todas as ocorrências com vítimas.
O último acidente fatal nas marginais antes desse aconteceu em 22 de dezembro, também na pista expressa da Pinheiros próximo à ponte do Jaguaré, porém sentido Interlagos. Um automóvel e uma moto colidiram, deixando um morto e um ferido.
O aumento da velocidade nas vias, uma promessa de campanha de João Doria (PSDB), é alvo de críticas de especialistas e entidades.
As máximas subiram de 70 km/h para 90 km/h (pis-ta expressa), 60 km/h para 70 km/h (central), e 50 km/h para 60 km/h (local) –a exceção é a faixa mais à direita da pista local, que continua com limite de 50 km/h.
Desde a mudança até 7 de fevereiro, num período de 14 dias, foram registrados 48 acidentes com feridos, sendo 39 envolvendo motociclistas.
Dados da CET mostram que, em 2016, a Pinheiros não registrou mortes nos primeiros dois meses do ano.
Apesar de não ser possível relacionar as mudanças de limite ao acidente desta terça-feira, especialistas alertam para o aumento do impacto e para a diminuição do tempo de reação a velocidades mais altas. Cálculos do consultor em transportes Horácio Figueira, da USP, mostram que a energia de uma colisão a 90 km/h é até 65% maior do que a 70 km/h.
Para Figueira, “é prematuro concluir qualquer coisa a respeito de um só caso. É preciso esperar os dados de pelo menos três meses com novas velocidades”.
Sobre o acidente, o especialista destaca que seria necessário que a marginal, por ser uma via expressa, contasse com pelo menos uma faixa de acostamento.