Cortejo reúne mais de 70 blocos à meia-noite no centro de São Paulo

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“Esse prefeito é pura fantasia/ trabalhador, cadeirante e gari/ e no Carnaval quero ver como ele vai sair”. Com essa e outras marchinhas autorais contra o prefeito João Doria (PSDB) e o governo do presidente Michel Temer (PMDB), um cortejo com integrantes de mais de 70 blocos paulistanos desfilou ontem de madrugada pelas ruas do centro de São Paulo.
Sem autorização para ocupar a rua, o Arrastão dos Blocos protestava contra as medidas da prefeitura que delimitam os locais e horários para os blocos. O grupo se encontrou à meia-noite na rua Major Quedinho, próximo ao bar Estadão, reunindo cerca de 3.000 foliões que vinham de blocos de várias partes da cidade para protestar e brincar.
Com um carro de som e uma bateria formada por integrantes de dezenas de blocos de São Paulo, o cortejo foi cantando até a prefeitura, no viaduto do Chá, e depois seguiu pela rua Direita até a praça da Sé, onde chegou por volta das 3h da madrugada.
Um faixa que dizia “Carnaval para o povo e não para o lucro” foi levada na frente do carro de som durante todo o cortejo.
Depois de cantar a marchinha que tem o refrão “Vamos fazer Temer tremer”, uma das cantoras leu um manifesto, repetido em jogral pelos foliões que ocuparam toda a escadaria da Sé.
“As tentativas autoritárias de proibir horários, locais, ruas e praças não serão aceitas. Nossa festa não será vendida, privatizada, nem transformada em mercadoria”, dizia trecho do manifesto.
O cortejo foi pacífico e não teve confronto com a polícia.
Formado no ano passado, o Arrastão dos Blocos reúne cerca de 70 blocos paulistanos que não reconhecem a legitimidade do governo Temer. Foi a primeira vez que o Arrastão dos Blocos se reuniu no Carnaval, o grupo já havia desfilado pelas ruas do centro em outras três ocasiões em 2016. Os integrantes do Arrastão se recusaram a falar com jornalistas da grande imprensa.

PERI PANE
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)