Com realidade virtual, campanha põe pessoas em cela lotada na av. Paulista

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Até esta terça-feira (11), em plena avenida Paulista, em São Paulo, será possível entrar numa cela superlotada e ter uma ideia daquilo pelo que passa a maioria dos mais de 600 mil presos do abarrotado sistema carcerário brasileiro.

Espremido entre 25 detentos num cubículo, ouve-se o relato de quem já cumpriu pena, mas ainda está atrás das grades, e daqueles que estão presos há meses mesmo sem uma condenação – caso de 40% da massa carcerária, os chamados presos provisórios.

Trata-se de uma imersão em realidade virtual que integra a campanha “Encarceramento em massa não é justiça” criada pela Rede de Justiça Criminal, um coletivo composto por oito organizações não-governamentais de São Paulo, Rio e Pernambuco.

Ao retirar os óculos de realidade virtual após a experiência, a especialista em comunicação digital Silvia Oliveira, 40, exibia os olhos rasos d’água. “É muito forte e real. Você se sente inserido naquele contexto, que ganha uma dimensão humana. O problema é enorme”, avaliou.

A reação das pessoas à experiência imersiva será filmada e um mini documentário será produzido como parte da campanha.