
O ciberataque ocorrido nesta sexta-feira (12) fez 200 mil vítimas em pelo menos 150 países, afirmou o diretor da Europol (agência policial da União Europeia), Rob Wainwright, neste domingo (14), acrescentando que teme que esse número cresça quando as pessoas voltarem ao trabalho nesta segunda (15).
Wainwright, disse ao jornalista Robert Peston, da rede britânica ITV, que o que é único no ataque é que o ransomware foi usado em combinação com “uma funcionalidade de worms” para que a infecção se espalhasse automaticamente.
“O alcance global é sem precedentes, a última contagem é de mais de 200 mil vítimas em pelo menos 150 países, e essas vítimas, muitas delas são de negócios, incluindo grandes corporações”, disse ele.
“Realizamos operações contra 200 ciberataques por ano, mas nunca havíamos visto nada assim”, ressaltou o chefe da Europol, que teme que o número de vítimas siga crescendo “quando as pessoas voltarem ao trabalho na segunda-feira e ligarem seus computadores”.
No Reino Unido, houve significativo impacto sobre os arquivos digitais do NHS, equivalente ao SUS britânico. O ciberataque atingiu quase 20% do sistema de saúde pública do Reino Unido. Dados de pacientes foram encriptados pelos invasores e se tornaram inacessíveis. Até ambulâncias e clínicas médicas foram afetadas.
Nos computadores invadidos, uma tela dizia “ops, seus arquivos foram codificados” e pedia pagamento de US$ 600 em bitcoins (moeda digital) para recuperá-los.
“Ransomware” é um tipo de software malicioso que “sequestra” os arquivos do usuário em troca de resgate. Para isso, ele criptografa os arquivos do computador e impede que eles sejam acessados. Foi um programa desse tipo que afetou diversos computadores, entre eles o sistema de saúde da Inglaterra, nesta sexta-feira (12).