Após 6 meses de apagão, semáforos terão ‘remédio’ paliativo na capital


Após mais de seis meses de funcionamento precário dos semáforos em São Paulo, com suspensão de reparos e uso de cones para atenuar os efeitos do apagão da rede, a gestão João Doria (PSDB) deve anunciar nesta semana as vencedoras de uma licitação milionária para a manutenção dos quase 6.400 equipamentos. O alívio para a segurança e a fluidez do trânsito, porém, será restrito, já que os contratos deixarão de lado boa parte das deficiências do sistema.

Os serviços que a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) decidiu contratar não incluem ações preventivas, modernização de semáforos ou ajustes para a plena operação dos aparelhos “inteligentes”, que operam conforme a demanda de carros. Os gargalos são citados por especialistas para perpetuar os transtornos na cidade.

Além disso, as empresas não terão tanta urgência para reparar semáforos tortos, fora de posição ou botoeiras para pedestres – que poderão ser atendidos numa segunda escala de prioridades. A gestão Doria afirma que, depois, pretende fazer uma melhoria mais ampla da rede, mas não anunciou prazos.

A cidade está sem contrato de manutenção de semáforos desde que Doria assumiu. Com isso, reparos são improvisados por equipes da CET. O tucano afirma que a pendência foi deixada por Fernando Haddad (PT), que, por sua vez, diz ter deixado recursos em caixa para a nova gestão definir suas prioridades.

A administração Doria tentou abrir concorrência para os serviços em março. O edital foi questionado pelo Tribunal de Contas do Município – que apontou falhas como a falta de detalhamento dos serviços e como eles seriam pagos. Nesse período, a capital já estava com média de 76 panes por dia em semáforos. Desde então, questionada, a gestão Doria se nega a informar balanços atualizados.

O novo edital para contratar os serviços foi lançado em junho. A prefeitura diz que conseguiu baixar a perspectiva de custos anuais de R$ 73 milhões para R$ 40 milhões.