Estudantes ocupam Câmara Municipal de SP contra os cortes no passe livre

Único jornal diário gratuito no metrô

Estudantes secundaristas e universitários ocuparam na tarde desta quarta-feira o plenário da Câmara Municipal de São Paulo, no centro da cidade. Cerca de 60 pessoas entraram no local por volta das 13h em protesto contra os cortes no passe livre estudantil, que reduziram a cota diária de viagens e o tempo de embarque. Houve confronto durante a “invasão”.

Uma reunião entre representantes dos estudantes, o presidente da Casa, vereador Milton Leite (DEM), e alguns vereadores, incluindo Eduardo Suplicy (PT), Sâmia Bomfim (PSOL) e Arselino Tatto (PT), ocorreu por volta das 17h para tentar encontrar um acordo para pôr fim ao protesto.

Os manifestantes pedem o fim das restrições no passe livre estudantil e protestam contra os projetos de lei (PL) 364 (venda do estádio do Pacaembu), 367 (pacote de concessões à iniciativa privada) e 404 (venda de imóveis iguais ou inferior a 10 mil metros quadrados) e pedem a realização de um plebiscito para que a sociedade possa decidir sobre as privatizações. O presidente da Câmara não atendeu ao pedido dos estudantes de retirada dos três projetos de lei e disse que isso não é possível ser feito devido ao regimento da Casa.

Sobre o plebiscito, o presidente disse que levará a proposta à reunião com líderes dos partidos, argumentando que essa é a ação interna de praxe. Em relação às privatizações, foi admitida a realização de uma audiência pública para discutir um substitutivo ao Projeto de Lei 367. Por volta das 19h, os manifestantes decidiram manter a ocupação.

Eles fizeram um jogral em que disseram: “O presidente da casa, Milton Leite, está nos impondo greve de fome e sede, proibindo a entrada de água e comida. Estamos com fome, estamos com sede. Apesar disso, continuaremos resistindo”. Eles pediram que outras pessoas se somem à manifestação e façam uma vigília na porta da Câmara.

O presidente da Câmara proibiu a entrada de mais manifestantes no plenário, entrada de comida e o acesso dos estudantes a banheiros. A Guarda Civil Metropolitana (GCM), que faz a segurança do local, só está liberando a entrada de vereadores, mas sem carregar alimentos. Os estudantes podem apenas sair do plenário, mas não é permitido que retornem mais para o local.

Às 20h, foi liberada a entrada de água e o acesso aos banheiros do plenário da Câmara.