PM mata ex, e São Paulo acumula 4 crimes contra a mulher em dois dias

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Duas mulheres foram mortas de forma violenta na tarde desta segunda-feira (21) em São Paulo. Os companheiros das vítimas, segundo a polícia, são suspeitos de terem praticado os crimes e estão presos. Um desses casos ocorreu na região do Jardim Ângela, na zona sul da capital paulista. Por volta das 16h, segundo a polícia, Jailson Ferreira de Souza estrangulou a namorada Siria Silva Souza, após uma discussão na rua. O homem levou o filho a uma base da Polícia Militar na região, mas ele fugiu em seguida. Horas depois, porém, Jailson se apresentou na delegacia.

Mais cedo, o policial militar Mauricio de Oliveira Gama, 47, matou a ex-mulher Celina Moura Mascarenha Gama (foto). Ela foi atingida por dois tiros na cabeça em sua casa, na avenida do Estado, no bairro do Bom Retiro, no centro da capital. O crime ocorreu por volta das 14h. Os bombeiros foram acionados para socorrer Celina, mas ela morreu no local. Segundo Eder Pereira e Silva, delegado-titular do 12º DP (Pari), onde o crime é investigado, o filho de sete anos do casal presenciou tudo.

Antes de sair de casa, o PM deixou o filho sob os cuidados da síndica do condomínio. Sem informar onde estava, o militar passou a negociar por meio de um advogado a sua apresentação à polícia.

Já detido, Maurício Gama informou em depoimento que estava separado de Celina por quase um ano. O casal disputava a guarda do filho e isso era o que motivava as brigas entre eles. Celina registrou um boletim de ocorrência contra o PM 11 dias antes de morrer, no dia 10 de agosto, na 1ª Delegacia da Mulher.

Com esses dois casos, São Paulo acumula quatro crimes de violência contra a mulher em dois dias. No domingo (20), o delegado Cristian Lanfredi, 42, que trabalhava na Assembleia Legislativa de São Paulo, matou a tiros a juíza Cláudia Zerati, da 2ª Vara do Trabalho de Franco da Rocha, e depois se suicidou no apartamento do casal, na zona oeste.

Ainda no domingo, em Guarujá, no litoral sul, a atendente de enfermagem Nathalia Aparecida dos Santos Silva, 20, e o irmão dela, o estudante Matheus Santos Silva, 12 anos, foram mortos a facadas. O suspeito do crime é um garçom de 24 anos, ex-namorado de Nathalia, que estaria inconformado com o fim do relacionamento entre eles.

 

 

Estado registra assassinatos de 272 mulheres no 1º semestre

 

No Estado de São Paulo, 30% das 272 mulheres mortas nos seis primeiros meses deste ano foram vítimas de maridos e companheiros, segundo dados da secretaria de Segurança Pública tabulados pelo SP1, da Rede Globo.

Já em todo o país, ao menos 29% das mulheres afirmaram ter sofrido violência doméstica física, verbal ou psicológica em 2016, de acordo com pesquisa realizada este ano pelo Datafolha a pedido do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estudo projetou que 503 mulheres foram vítimas de agressões físicas a cada hora no Brasil e que dois a cada três brasileiros (66%) presenciaram uma mulher sendo agredida física ou verbalmente no mesmo período. A pesquisa mostrou que mais mulheres pretas (32%) e pardas (31%) relataram violência nos últimos 12 meses do que as brancas (25%).

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