Bolsonaro é ‘líder do ódio’, diz Maria do Rosário em depoimento no STF

Brasília - O deputado Jair Bolsonaro discute com a deputada Maria do Rosário durante comissão geral, no plenário da Câmara dos Deputados, que discute a violência contra mulheres e meninas, a cultura do estupro, o enfrentamento à impunidade e políticas públicas de prevenção, proteção e atendimento às vítimas no Brasil (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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A deputada federal Maria do Rosário (PT-RS) disse nesta quarta-feira (23) que o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) tem sido um “líder do ódio”. Ela prestou depoimento na ação penal em que Bolsonaro é réu e que tramita no STF (Supremo Tribunal Federal).

Ele responde pelo crime de incitação ao estupro. Em 2014, Bolsonaro disse a Maria do Rosário que não a estupraria porque “ela não merece”, ao rebater um discurso feito por ela no plenário da Câmara. Na ocasião, a petista defendeu a Comissão da Verdade e as investigações dos crimes da ditadura militar.

“Fique aí, Maria do Rosário. Há poucos dias [na verdade a discussão ocorreu há alguns anos] você me chamou de estuprador no Salão Verde e eu falei que eu não estuprava você porque você não merece. Fique aqui para ouvir”, afirmou o deputado. Depois, ele reafirmou as ofensas em entrevista. O depoimento da deputada durou cerca de uma hora.

Bolsonaro foi acusado de incitação ao crime de estupro e, em junho de 2016, virou réu no STF. O tribunal ainda acolheu uma queixa-crime contra o congressista por injúria. Fora do STF, em uma ação cível, Bolsonaro foi condenado em primeira instância a indenizar Maria do Rosário em R$ 10 mil em 2015. Ele recorreu e perdeu. Bolsonaro recorreu ao STJ e também perdeu.