Ladrões furtam aves e ovos raros do Zoológico de SP entre maio e agosto

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O Zoológico de São Paulo, na Água Funda, zona sul de São Paulo, foi alvo de ladrões que furtaram quatro aves e cinco ovos de espécies consideradas raras, no período entre maio a agosto deste ano. Ninguém foi preso. O crime foi divulgado na última semana. De acordo com a administração do zoológico, foram furtados um cisne-preto e um de pescoço-preto, além de dois gansos-australianos. Cada animal custa, em média, R$ 1.500.

O Zoológico explicou que o primeiro caso aconteceu em 28 de maio quando funcionários foram ao local reservado à reprodução das aves, a que o público não tem acesso, e notaram que faltavam dois gansos-australianos da espécie Cereopsis novaehollandiae. Segundo a administração, funcionários realizavam buscas, quando notaram que a cerca estava danificada e havia marcas de pisadas na vegetação.

O segundo caso aconteceu no em 24 de junho quando, desta vez, os funcionários notaram que faltavam cinco ovos de cisnes-de-pescoço-preto que estavam no ninhos, mesmo local dos gansos furtados.

Os seguranças notaram que a tela estava danificada e havia um espaço entre a cerca de tela e o arame. A equipe também verificou que uma pequena trilha ligando o muro e a área pode ter sido usada pelos ladrões para invadir o local.

O último furto aconteceu ia 13 deste mês, quando um cisne-preto, da espécie Cygnus atratus, e um cisne-de-pescoço-preto, do tipo Cygnus melanocoryphus, desapareceram. Neste caso não foram notados nada de diferente no local. Os seguranças fizeram buscas, mas não encontraram as duas aves.

Os casos foram registrados como furto e são investigados pelo 83º DP (Parque Bristol) que não divulgou nenhuma informação para não atrapalhar a investigação. O Zoológico disse que o parque conta com equipe de segurança efetiva e terceirizada durante o dia e a noite, além de câmeras de segurança.

 

Suspeita é que furtos podem ter sido praticados sob encomenda

 

As aves raras furtadas são consideradas domésticas e decorativas. Segundo especialistas, elas são compradas geralmente por donos de sítios e fazendas para serem colocadas em lagos. Segundo o criador de aves Eduard Ponte, dono do Sítio Experimento, o ganso australiano e os cisnes negro e de pescoço-preto não são para abate. Ele disse que o casal de cada espécie custa R$ 3.000. Sozinhas, as aves são vendidas por R$ 1.500.

“Com certeza é para vender, porque para comer iriam roubar qualquer coisa. Teve uma época que havia em São Paulo uma quadrilha especializada que pegava aves decorativas”, disse Ponte.

Ele afirmou que os ovos não têm valor – é preciso chocá-los e esperar o filhote nascer, para depois vendê-lo. Segundo Ponte, a comercialização esses tipos de aves não é proibida no país. “Tem gente que compra e não vai saber a procedência.”