A Avianca Brasil, única entre as grandes companhias aéreas brasileiras que vinha resistindo a cobrar envio de bagagem separadamente do valor da passagem, decidiu que a partir de agora também terá opções de preços diferente para o viajante que quer despachar a mala.
A empresa vai anunciar sua nova política de preços nesta quinta-feira (21). Atualmente, quem compra passagem pela Avianca já tem opções diferentes de preços, as chamadas classes tarifárias. Mas a gradação não abrange as bagagens. As faixas mais baixas de preços cobram taxas de alteração mais elevadas e acumulam menos pontos de milhagens. Já as versões mais caras oferecem benefícios como isenção de taxas de alteração, desconto para crianças e mais pontos de milhagens.
Até agora, todo passageiro que fazia voos domésticos pela Avianca já tinha embutido no preço da passagem o direito de levar uma bagagem de mão de 10 quilos e despachar um volume de 23 quilos.
A partir de segunda-feira (25), a empresa passará a oferecer três opções: duas permanecem iguais, ou seja, o consumidor compra sua passagem já com o valor da bagagem incluso, e a nova opção terá um preço diferente para o passageiro que não quer despachar. De acordo com a empresa, essa passagem sem opção de despacho de mala será mais barata.
Na Justiça
Quando a Justiça liberou a cobrança pelo despacho de bagagem em voos domésticos, no fim de abril, as maiores empresas do setor, Latam, GOL e Azul, definiram rapidamente suas novas políticas de preços. A Avianca a princípio disse que não mudaria sua política. A decisão estaria em linha com o posicionamento da empresa no mercado. A menor dentre as grandes companhias brasileiras, a Avianca trabalha sua imagem para tentar se reconhecida por oferecer diferencias, como um tratamento mais personalizado ao passageiro e mais opções de entretenimento de bordo.
Nos últimos meses, executivos da empresa vinham dando sinais de que a Avianca também iria aderir à cobrança separada da bagagem, mas a mudança não aconteceu.
A nova regra para bagagens em voos domésticos, que segue os padrões praticados na Europa e nos Estados Unidos, foi recebida com grande polêmica no Brasil desde que foi aprovada pela Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), em dezembro do ano passado. O caso foi parar na Justiça e teve idas e vindas até ser definitivamente liberado em abril deste ano.
De acordo com empresas e entidades do setor, a medida pode ajudar a reduzir os preços para os passageiros que optam por viajar só com a bagagem de mão, sem despachar outras malas, mas é questionada por entidades de defesa de consumidores. Os resultados ainda não foram comprovados com exatidão, mas a Abear (associação que reúne empresas aéreas) promete apresentar nesta quinta-feira (21) os balanços dos primeiros efeitos da desregulamentação da franquia de bagagem.
(FOLHAPRESS)