Monotrilho da linha 17-ouro fica para final de 2019 e poderá dar prejuízo


O Metrô de São Paulo prevê que a operação do monotrilho no trajeto da estação Morumbi da CPTM ao aeroporto de Congonhas será deficitária. Na prática, os custos para manter os trens circulando serão muito maiores do que a receita das bilheterias.

Esse monotrilho é a chamada linha 17-ouro, que, após atrasos, agora é prevista para dezembro de 2019, com demanda estimada de 185 mil usuários por dia ao longo de 7,7 km e oito estações.
O Metrô estima um custo de operação de R$ 6,71 por passageiro, muito acima do preço atual da tarifa da rede, de R$ 3,80. O Estado, para efeito de comparação, paga R$ 4,03 por usuário à concessionária da linha 4-amarela.

O futuro prejuízo do monotrilho é usado pela gestão Alckmin como justificativa para sua inclusão em um pacote de concessão à iniciativa privada junto com a linha 5-lilás -que poderá ser lucrativa, de modo a compensar as perdas com a linha 17-ouro.
O contrato tem lance mínimo de R$ 189 milhões e faturamento estimado de R$ 10,8 bilhões (bruto, em 20 anos). Desde setembro, porém, a licitação é questionada pelo Tribunal de Contas do Estado, que decidiu suspendê-la.

Em construção desde 2012, a linha 17-ouro deveria ter sido entregue até a Copa do Mundo de 2014 e foi concebida quando se planejava que o estádio do Morumbi fosse a sede paulista do torneio.O trajeto original, com 17,7 km e 18 estações, deveria ligar a estação Jabaquara, na linha 1-azul, à futura linha São Paulo Morumbi, na linha 4, fazendo ainda conexão com a linha 5-lilás e a linha 9-esmeralda da CPTM.