No 1º dia de julgamento, Marin é alvo de protesto em tribunal de Nova York

NEW YORK, EUA, 06.11.2017 - MARIN-EUA - O ex-presidente da CBF José Maria Marin é visto deixando Tribunal Federal do Brooklyn em New York, após o primeiro dia do seu julgamento diante da Justiça dos Estados Unidos nesta segunga-feira, 06, . Marin está sendo julgado no "Caso Fifa", maior investigação sobre corrupção na história do futebol, que derrubou os dirigentes e empresários de marketing esportivo que mandavam havia décadas no futebol latino-americano e recuperou quase US$ 200 milhões em dinheiro desviado. Marin é acusado de sete crimes: três de fraude, três de lavagem de dinheiro e mais um por integrar uma organização criminosa. Ele nega todas as acusações e afirma ser inocente. (Foto: Vanessa Carvalho/Brazil Photo Press/Folhapress)
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O ex-presidente da CBF José Maria Marin, 85, começou a ser julgado nesta segunda-feira (6) em Nova York por sua participação no escândalo de corrupção da Fifa. Acusado de extorsão, fraude e lavagem de dinheiro, ele esteve no tribunal do Brooklyn para acompanhar o início do julgamento.
Na porta de um tribunal, Julio Barbosa, um dos advogados de José Maria Marin, fez a defesa de seu cliente. “Nós insistimos que o nosso cliente não é culpado, por isso chegamos até aqui.”
O acusado e seus advogados foram recebidos na entrada do tribunal por dois homens com uma faixa de protesto. Eles gritavam “Marin na cadeia” e “acabou a corrupção no futebol”.

“Vim protestar porque a CBF precisa ser voltada para o futebol. Ela tem milhões e milhões em seus cofres e não investe nos jovens”, dizia Moisés Campos, um brasileiro que veio a Nova York para protestar contra Marin, que é um dos três réus do caso que se declararam inocentes.
Nesta segunda, mais de 200 jurados começaram a preencher questionários que serão avaliados por advogados da acusação e da defesa.

Doze serão escolhidos até o fim desta semana para compor o júri do caso que acusa 42 pessoas, entre dirigentes de futebol e empresários, de participarem de esquema que distribuiu até US$ 150 milhões em propinas durante negociações de contratos.

Tanto a acusação quanto a defesa podem vetar eventuais jurados que possam ter algum viés sobre o caso. Seus nomes não serão conhecidos e eles serão escoltados de suas casas até a corte pela polícia, permanecendo incomunicáveis durante todo o processo, o que a Justiça dos Estados Unidos chama de “júri parcialmente sequestrado”.
Paralelamente, estão sendo julgado no tribunal Manuel Burga, chefe do futebol peruano, e Juan Ángel Napout, ex-presidente da Conmebol e ex-vice-presidente da Fifa, que, assim como Marin, declararam ser inocentes de todas as acusações. O processo de julgamento deve durar um mês e meio.

(FOLHAPRESS)

Foto: Vanessa Carvalho/Folhapress