ONG pede que Pão de Açúcar corte carne de porcos de celas confinadas

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A ONG internacional Mercy For Animals, que combate maus tratos de animais criados para consumo, pediu que o Grupo Pão de Açúcar pare de comprar carne de porco de fornecedores que utilizam métodos de confinamento considerados cruéis.
Com imagens obtidas em investigação da ONG e apontadas como sendo de uma fazenda de porcos cooperada da marca Aurora, em Xanxerê (SC), um vídeo mostra cenas de sofrimento no abate de leitões e porcas confinadas em celas de gestação.
Produtos da Aurora são vendidos nos supermercados Pão de Açúcar, Extra e Assaí, do grupo.
O vídeo com a investigação foi mostrado na manhã desta terça (28) pelo vice-presidente da ONG no Brasil, Lucas Alvarenga, em entrevista, e transmitido pela internet. Ele ainda pode ser visto na página da ONG . As imagens são fortes.
As celas de gestação têm quase o mesmo tamanho que as porcas, que passam a vida inteira imobilizadas.
Segundo a ONG, o uso dessas celas tem sido apontado como uma das piores práticas da indústria. Elas já foram banidas em dez Estados americanos e na União Europeia.
A Mercy for Animals afirma que algumas das redes de alimentos como Nestlé, McDonald’s, Burger King e Subway já implementaram políticas que exigem que seus fornecedores eliminem as celas de gestação para porcas.
Com a ação, a ONG espera obter o comprometimento da empresa na adoção de boas práticas pelos produtores.
Fundada em 1999 nos Estados Unidos, a Mercy for Animals investiga e documenta com imagens as condições de vida e de abate em fazendas e criadouros. Divulga esses materiais como forma de sensibilizar os consumidores e através deles pressionar a indústria e o comércio a banirem as condições consideradas cruéis.

OUTRO LADO
Procurado pela reportagem, o Grupo Pão de Açúcar enviou nota sobre a ação:
“O GPA conta com uma política de bem-estar animal, prevista em sua Carta Ética , em que os fornecedores se comprometem a fornecer apenas produtos ou serviços em conformidade às liberdades listadas no Código Sanitário para os Animais Terrestres de 2016 da Organização Mundial da Saúde Animal.
Sobre a questão dos suínos, o GPA informa que os quatro principais fornecedores desta cadeia já estão comprometidos a extinguir a criação em gaiola até 2026.
Ademais, o GPA conta com iniciativas pioneiras no varejo já implementadas em suas lojas, como o compromisso em comercializar apenas ovos de galinhas criadas livres de gaiola até 2025 em suas marcas exclusivas.”
A reportagem tentou contato com a Aurora por meio de sua ouvidoria, mas não obteve resposta.

(Folhapress)
Foto: Divulgação