Pré-candidato à Presidência pelo PSDB, o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou nesta quarta (7) que terá o que mostrar na campanha eleitoral, ao contrário de outros adversários.
“Nós já fizemos. É uma diferença importante. Entre o falar e o fazer, na política, há um abismo”, disse, durante palestra a empresários, estudantes e pesquisadores brasileiros em Washington, no Brazil Institute, centro de estudos sobre o país sediado no Wilson Center.
Alckmin fez as declarações ao comentar uma entrevista do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que afirmou à rádio Eldorado que “tem muitas dúvidas sobre a vitória do PSDB nas eleições”. Maia também é pré-candidato à Presidência, e aposta numa candidatura fora da disputa entre PT e PSDB.
Para o governador, o eleitor brasileiro irá votar “no candidato, e não no partido”.
“Os partidos todos estão fragilizados. Todos. Não é só o nosso”, afirmou o tucano, ao comentar as recentes denúncias de corrupção contra membros do PSDB.
Alckmin voltou a afirmar que estará no segundo turno, e disse respeitar as candidaturas de outros partidos, como DEM e MDB, tradicionais aliados do PSDB e cogitados como eventuais candidatos a vice. Segundo ele, o PSDB irá manter o diálogo e formar uma aliança “com quem não tiver candidato”.
“E isso não vai ser agora [que será definido]”, afirmou.
PLATAFORMA
No evento em Washington, que durou cerca de uma hora, Alckmin se posicionou mais uma vez, claramente, como pré-candidato, e prometeu trabalhar por reformas estruturantes em seu primeiro ano de governo -em especial, as reformas política, previdenciária e tributária.
A gestão tucana no estado de São Paulo serviu como vitrine para falar de temas caros à sua candidatura, como sistema de previdência complementar para servidores públicos, combate à violência urbana, reforma administrativa e concessões e parcerias público-privadas.
“Hoje tem muita liquidez no mundo; é um momento extraordinário de crescimento da economia mundial. E [investimento em] infraestrutura é emprego direto, muito forte”, afirmou o governador.
Alckmin defendeu que os municípios se engajem na segurança pública, por meio de uma “reforma de competências” que responsabilize as prefeituras por políticas de prevenção e ação social, além de ações de inteligência. “Isso pode fazer toda a diferença; é o governo mais próximo da população”, disse.
O tucano também afirmou que irá investir na proteção da fronteira e que pretende criar uma agência nacional de inteligência, unindo Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal, Forças Armadas, Abin e as polícias estaduais.
O governador esteve em Washington para reuniões no BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), em que assinou financiamentos para obras de infraestrutura como o Rodoanel. Além da palestra, ele participaria de um almoço com editores da imprensa estrangeira nesta quarta (7).
(Folhapress)
Foto: Governo do Estado de São Paulo