Se números valem alguma coisa no futebol, o São Paulo é o principal azarão nas semifinais do Estadual. É o time com o maior jejum de títulos no torneio entre os grandes (12 anos). Perdeu os três clássicos em 2018. Não consegue se acertar tecnicamente e já trocou de técnico, com o uruguaio Diego Aguirre no lugar de Dorival Júnior.
O Corinthians não perde um mata-mata para o rival desde 2000, é o atual campeão, vai decidir em casa e está invicto em clássicos no ano.
Mas números valem alguma coisa no primeiro jogo da semifinal entre as duas equipes, neste domingo (25), às 16 horas, no Morumbi?
“Clássico é 50% para cada. Sem favoritos”, descartou Fabio Carille após a vitória por 2 a 0 sobre o Bragantino que classificou o Corinthians.
Uma resposta clássica antes do clássico.
Ninguém sequer ousa colar no São Paulo o rótulo de quarta força do Estado, algo que tanto incomodou o clube de Parque São Jorge no início do ano passado.
“Podemos conquistar esse título para a torcida do São Paulo. Estamos em momento confiante”, afirma o zagueiro equatoriano Arboleda,
Um bom resultado neste domingo pode mostrar isso em campo mais do que com palavras. Mesmo durante a vitória sobre o São Caetano, que garantiu a vaga na semifinal, o público no Morumbi mostrou descontentamento com o futebol mostrado.
O último jogo de mata-mata que o São Paulo ganhou do Corinthians foi na semifinal da Copa do Brasil de 2002. Venceu por 2 a 1, mas não foi o suficiente para conseguir a classificação, já que havia sido derrotado no primeiro confronto por 2 a 0.
Desde então, foram 11 jogos, com oito vitórias corintianas e três empates.
O Paulista de 2000 foi o último torneio que o São Paulo levou a melhor sobre o Corinthians em fases eliminatórias. Passou pelo rival deste domingo na semifinal, em junho daquele ano, e depois foi campeão sobre o Santos.
Números favoráveis ao adversário podem ser algo libertador para o São Paulo. Da mesma forma que foram para o Corinthians no ano passado. A cobrança existia sobre a equipe de Fabio Carille. Mas não da mesma forma que hoje em dia.
Por isso que ser chamado de “quarta força” talvez nem seja tão ruim assim.
“Agora a cobrança é diferente, mas é algo natural depois do que conquistamos no ano passado. A gente tem de corresponder”, afirma o goleiro Cássio, recuperado de dor no quadril.
Neste ano, o Corinthians está na Libertadores, torneio que é a maior prioridade do elenco. Para o São Paulo, o principal torneio em disputa por enquanto é o Paulista.
DESFALQUES
Carille já sabia que não poderia contar com Romero e Balbuena, convocados para a seleção paraguaia que enfrenta os Estados Unidos na terça-feira (27). O atacante provavelmente seria reserva, mas o zagueiro não apenas é titular como tem sido escolhido como capitão.
Outro desfalque por conta dos amistosos é o lateral direito Fagner, a serviço do Brasil, que encara a Alemanha também na terça. Já por problemas físicos, o meia Jadson fica de fora.
Mateus Vital, que agradou a Carille contra o Bragantino, será mantido na equipe. Paulo Roberto entra na zaga.
A principal preocupação para o treinador é a situação do meia-atacante Clayson. Ele sofreu pancada no joelho direito na última partida e deixou o Itaquerão mancando.
Carille tem confiança na escalação de Clayson, peça importante no esquema tático por causa das jogadas de velocidade pelas pontas. O jogador se consolidou no Corinthians no ano passado, ao fazer gol contra o São Paulo pelo Campeonato Brasileiro.
A aposta do clube do Morumbi é mais na experiência. Nenê, 36, cresceu de rendimento com a chegada de Diego Aguirre e ameaça em uma jogada que pode ser decisiva principalmente porque o Corinthians não terá Balbuena: as cobranças de falta e cruzamentos na área.
Foi em uma jogada dessas que Diego Souza, 32, fez o gol da classificação diante do São Caetano, nas quartas de final.
Com estiramento na coxa esquerda, Valdivia deverá ser desfalque no clássico. Lucas Fernandes será o substituto.
SÃO PAULO
Sidão; Militão, Arboleda, Bruno Alves e Reinaldo; Jucilei, Liziero (Petros), Nenê e Lucas Fernandes; Marcos Guilherme e Tréllez. T.: Diego Aguirre
CORINTHIANS
Cássio; Mantuan, Paulo Roberto, Henrique e Sidcley; Gabriel, Maycon; Mateus Vital, Rodriguinho e Clayson (Emerson Sheik); Júnior Dutra. T.: Fábio Carille
Estádio: Morumbi, em São Paulo
Horário: 16h
Árbitro: Raphael Claus
(Folhapress)
Foto: Daniel Augusto Jr/Ag. Corinthians