Em uma hora, protesto distribui mais de mil placas com o nome de Marielle

Distribuição de réplicas de placas de rua com nome da Marielle Franco , em frente à Câmara, na Cinelândia, marca o dia em que o assassinato da vereadora completa sete meses.Foto Fernando Frazão/Agência Brasil
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Um ato em homenagem à vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros em 14 de março com o motorista Anderson Gomes em crime até hoje não resolvido, distribuiu mil placas com o nome da parlamentar neste domingo, 14, na Cinelândia, no Centro do Rio.

Foi um protesto contra a destruição de uma tabuleta com o nome de Marielle, no mesmo local, por dois candidatos do PSL, no primeiro turno da campanha eleitoral. Houve protesto contra o presidenciável Jair Bolsonaro, do mesmo partido (“Ele não!)”, e gritos de apoio a seu oponente, Fernando Haddad (PT) (Haddad sim!).

“Fascistas, fascistas não passarão!”, gritaram os manifestantes, exibindo as placas, no início da tarde, na capital fluminense. Havia muitas mulheres. Sem aparelhagem de som, os ativistas fizeram coros de palavras de ordem, como “Não seremos interrompidas”; “Quem mexeu com Marielle atiçou o formigueiro”; e “Os que quebraram a placa da Marielle quebraram a cara”. Apesar da distribuição, os manifestantes foram instruídos a não pendurar as placas nas ruas e a guardá-las “como memória”. Em uma hora, as placas acabaram.

A homenagem a Marielle com as tabuletas foi iniciativa do site Sensacionalista, que fez uma vaquinha virtual. O objetivo inicial era arrecadar R$ 2 mil para fazer cem placas. A meta foi atingida em 20 minutos, disseram os organizadores.

A receita chegou a R$ 39.743, com 1.569 doadores – pessoas físicas e jurídicas. À manifestação, foram a viúva de Marielle, Mônica Benício, e os pais da vereadora, Marinete da Silva e Antonio Francisco da Silva Neto. Também participaram parlamentares, como os deputados Marcelo Freixo (estadual) e Jandira Feghali (federal).

A placa-homenagem original foi quebrada pelos então candidatos Rodrigo Amorim (a deputado estadual) e Daniel Oliveira (a deputado federal). Eles alegaram que a tabuleta fora instalada ilegalmente sobre a inscrição original – Praça Floriano (nome oficial da Cinelândia). Registraram o ato nas redes sociais, com imagens.

Foto: Fernando Frazão ABr