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Claudia Leitte lança ‘Balancinho’ e fala da sua trajetória musical

 

“A palavra balanço não tem a ver só com dança e coreografia Sou muitas mulheres ao mesmo tempo e preciso me equilibrar para ser mãe, filha, cantora e empresária”. É com essas palavras que Claudia Leitte define sua nova música Balancinho, que estreou nesta quarta-feira, 7, nas plataformas digitais.

Num formato que lembra o reggaeton, a canção é a aposta da cantora para o verão e o carnaval de 2019. “Esse lançamento é tão misturado que eu nem sei direito quais ritmos estão ali”, brinca ela. “É uma música que nasceu na Bahia e dá para escutar em qualquer momento e lugar”, diz.

A carreira de Claudia Leitte se originou no axé, o que não a impediu de diversificar seu repertório com músicas pop e afro-latinas – como é o caso de Balancinho. Claudia também começou a investir numa carreira internacional há quatro anos, quando fez parceria com Pitbull e Jennifer Lopez em We Are One (Ole Ola) – a música oficial da Copa do Mundo no Brasil, de 2014

O que define Balancinho?

Uma música solar, que desperta meu desejo de dançar, e eu constatei que faz isso com todo mundo em volta. Minha família passou o final de semana dançando esta música. Meus filhos, meus sobrinhos… todo mundo pulando em cima da mesa. É uma música que traz felicidade.

A família então ficou sabendo antes de todos?

Com certeza. A primeira audição é lá.

Você acredita que Balancinho vai fazer mais sucesso que a música Carnaval, lançada no começo deste ano?

Eu nunca comparei uma música com a outra. Cada lançamento tem o seu lugar, conta uma história e tem um momento diferente. Acredito que Balancinho é um bolaço. É uma música tão feliz quanto Carnaval.

Qual foi o motivo para centenas de “Claudias” aparecerem no clipe?

Eu sou todas elas, tenho múltiplas funções e preciso balancear tudo isso em mim. Balancinho me remete ao movimento de estar sempre indo de um lado para o outro, buscando equilíbrio, sem deixar de ser a mesma pessoa nos diferentes momentos. Se você for minucioso, verá que o clipe mostra uma Claudia que conecta todas as outras. Sou uma mulher cheia de cores, um pouquinho de cada uma delas. Essa música é uma metáfora para minha vida.

Você já fez parceria com Pitbull, Daddy Yankee, Jennifer Lopez e já cantou em inglês e espanhol. Você se considera numa nova fase da sua carreira ao atuar com músicos internacionais?

Acho que essa ideia é uma percepção de quem me assiste. Estou sempre fazendo música e sinto como se eu tivesse nascido para fazer isso. Há momentos em que eu sou uma Claudia caseira, tranquila, mas a principal, a que me faz movimentar tudo, é a Claudia cantora. Então não posso dizer que estou numa nova fase. Eu estou seguindo um fluxo, já que gosto de flertar com outros estilos musicais e gosto de renovar. Sou inquieta por natureza e agora estou buscando um novo caminho de forma natural. Sempre fui assim.

Algumas pessoas criticam essa internacionalização. O que você pensa sobre?

Eu nem penso nisso. Música não tem fronteiras, não tem limite e nem espaço. Música é liberdade. Eu já gravei com Roberto Carlos, Jair Rodrigues, CPM 22, Badauí, Ricky Martin, Pitbull, Jennifer Lopez e essas parcerias nunca me limitaram artisticamente. Eu acho até que o movimento que me representa, o Axé Music, me deu a oportunidade de passear por todas esses caminhos. Muitas horas de trio e é uma encheção de saco ficar cantando a mesma coisa o tempo todo. Nós, músicos, não podemos ser hipócritas de dizer que não cansa. Por que fazer o mesmo a vida inteira? As pessoas têm o direito de mudar de opinião, então por que um artista não pode experimentar outros estilos musicais? Não preciso defender uma bandeira. Quero ser feliz, fazer música. Aliás, se a opinião das pessoas começar a mandar no artista, ele vai decretar a própria morte, porque parar de fazer o que ama e quer, devido à preocupação alheia, é morrer um pouco mais todo dia.

O carnaval brasileiro tem uma forte presença do axé baiano, mas hoje existe uma mistura muito nítida desse ritmo com o pop, o funk e o sertanejo. Você nasceu do Axé e hoje também canta pop; Anitta veio do funk e idem, por exemplo. Isso descaracteriza essa festa nacional?

A música da Bahia é essencialmente o axé, e ele nos faz passear por diversos estilos. Então essa mistura de sons sempre aconteceu. Para você ter uma ideia, a gente já recebeu Bono Vox (rock), Elba Ramalho (forró), Quincy Jones (produtor de jazz, pop e funk americano) e Falcão (Rappa) no carnaval de Salvador. É um movimento que cabe todo mundo.

Balancinho acompanha essa mistura de gêneros?

Com certeza. É uma música carnavalesca que vai puxar o bloco! Ela é tão misturada que eu nem sei quais ritmos estão ali. É uma música muito baiana, nasceu na Bahia, de compositores baianos, mas tem influências que vão para além dos trópicos. Dá para escutar em qualquer momento e em qualquer lugar.

O ano de 2018 ficou marcado pelos seus 10 anos de carreira solo. Como você define sua trajetória musical da última década?

Minha comemoração foi em cima do trio elétrico, exatamente no dia que eu celebrei os 10 anos. Eu estava fazendo show em São Paulo e foi incrível, pois tinha 2 milhões e meio de pessoas nessa celebração e ali confirmei que tudo está no lugar certo. Sempre acreditei que o carnaval da Bahia não cabia só em Salvador. É uma festa democrática, de graça, de rua e que tem que impregnar o mundo. Esse é o balanço que eu faço destes 10 anos: um imenso carnaval, já que eu vejo que a música tem acontecido de forma alegre e para todos.

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