Manual dá dicas ao consumidor para aproveitar a Black Friday sem estresse

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A tradição americana que promove descontos no varejo eletrônico chega nesta sexta-feira (23) a mais uma edição no Brasil. A Black Friday promete vender produtos em lojas físicas e virtuais a preços mais acessíveis aos consumidores.

Para os fornecedores, essa é a chance de limpar o estoque antes do Natal e do Ano Novo, que são datas movimentadas para o comércio, e assim recuperar o poder de compra para os novos estoques para os períodos de 2019. Para os consumidores, aproveitar as promoções do dia pode ser uma boa alternativa para economizar em tempos de crise.

O período de descontos, segundo estimativas de entidades como a E-bit, especializada em acompanhamento de compras online, deve chegar a um movimento de cerca de R$ 2,5 bilhões. Apesar da grande expectativa e das possibilidades de grandes negócios para ambos os lados, a Black Friday Brasil, no entanto, ainda possui um histórico de maquiagem de preços e descontos enganosos, muitas vezes praticados por falsificadores e aproveitadores e também por empresários mal intencionados. O alerta é do advogado especialista em direitos do consumidor e fornecedor, Dori Boucault, do LTSA Advogados.

Segundo o advogado, o primeiro cuidado que os consumidores devem tomar é verificar se o produto escolhido está realmente em oferta. “O que acontece na maquiagem de preços é o aumento do preço do produto alguns dias antes da promoção e, no dia da Black Friday, os preços sofrem queda sob alegação de desconto, mas, na verdade, o preço é igual ao anterior”, explica o especialista. Uma das orientações é pesquisar e acompanhar os preços semanas e meses antes da promoção.

Recomendações para não

ter problemas pós-compra

1 – Pesquise o site e CNPJ do fornecedor

Passo importante para comprar na Black Friday é pesquisar a legalidade do site escolhido. Segundo Dori, é importante verificar se o site realmente existe e se é da loja que você procura e qual a recomendação. “Essa pesquisa pode ser pela internet mesmo, através dos sites Consumidor.gov, Reclame Aqui, Proteste Já ou na página da Fundação Procon, na lista de sites não recomendados”, salienta Boucault. O advogado conta que no site do Procon existem cerca de 500 sites não recomendados.

2 – Analise se você necessita dos produtos que vai adquirir

Como a promoção é sempre muito interessante, muitas pessoas preferem não perder os descontos agora a ter de pagar o preço original posteriormente. Porém, antes de sair comprando unicamente como forma de ganhar com o desconto, verifique sua condição real financeira. Para quem está com o orçamento apertado neste fim de ano, a recomendação é controlar o impulso na hora de comprar qualquer item.

3 – Produtos com defeito podem ser trocados mesmo sendo promoção

Se por acaso o produto comprado via internet apresentar algum defeito, o consumidor tem direito a troca. “Não é porque se trata de uma promoção que os produtos não podem ser trocados. Se houver defeito comprovado, o cliente tem direito a trocá-lo”, afirma Dori. O advogado conta ainda que segundo o artigo 49 do Código de Defesa do Consumidor, o cliente tem direito a um prazo de sete dias para devolver o produto e receber o dinheiro de volta. Caso a solicitação não seja atendida, o consumidor pode se dirigir ao Procon mais próximo para registrar uma reclamação.