Após cogitar uso da PM, Doria afirma que vigilância sanitária fiscalizará o isolamento

Foto: Divulgação/Governo de São Paulo
Único jornal diário gratuito no metrô

Depois de cogitar, na última quinta-feira, 9, o uso da Polícia Militar para garantir o isolamento social no Estado de São Paulo, o governador João Doria (PSDB) disse nesta segunda-feira, 13, em entrevista coletiva no Palácio dos Bandeirantes, que serão agentes da Vigilância Sanitária que devem começar a visitar comércios e outros estabelecimentos não essenciais que insistem em ficar abertos em meio à quarententa contra o novo coronavirus. O que a PM fará é dar apoio a esses agentes.

Doria havia recebido críticas de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro após o anúncio da medida, classificada como autoritária, e chegou a ser alvo de um protesto na Avenida Paulista neste fim de semana. O governador disse que as críticas vinham de “pequenos grupos” e afirmou que não está “preocupado” com essas manifestações, “que têm espírito político”. “A elas, o meu distanciamento. Prefiro ficar com a medicina”, disse Doria

Serão 200 agentes de vigilância sanitária, que irão a locais já mapeados pelo Sistema de Monitoramento Inteligente (Simi), do governo estadual, que está listando os locais através de denúncias. Os agentes, segundo Doria, também irão orientar pessoas aglomeradas em locais públicos – mas sem o estabelecimento de multa ou outras punições. Na capital paulista, epicentro da doença, a vigilância sanitária municipal reforçará a ação, e o Estado espera o mesmo dos demais municípios.

Doria disse que não comentaria entendimento da Procuradoria Geral da República e da Advocacia Geral da União de que caberia ao presidente da República decisões sobre o isolamento, não a governadores. Entretanto, afirmou que, no Brasil, são os Estados que coordenam, regionalmente, as ações de educação, saúde e segurança. “As incidências dos vírus não são iguais em todos os Estados”, disse o governador, ao pedir manutenção do respeito ao pacto federativo.