Cinemas a postos

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Como em uma largada de Fórmula 1, diversas entidades culturais esperam o sinal verde para darem uma nova largada. Salas de cinema, teatros, museus, galerias, todos aguardam o anúncio oficial do prefeito Bruno Covas (PSDB), que, na sexta-feira, 9, deve determinar a mudança de fase da cidade, para a Verde, o que permite a reabertura dos equipamentos que estiverem de acordo com os protocolos de segurança e saúde.

As salas de cinema estão mais bem preparadas para o recomeço. O Petra Belas Artes, por exemplo, tem até uma programação já definida caso aconteça a liberação: será a partir do sábado, 10, com quatro de suas seis salas exibindo dois filmes por dia, uma sessão cada – destaques para a reprise de Matrix e a estreia de Melhores Anos de uma Vida. Também as salas que trazem a marca Itaú (na Rua Augusta e nos shoppings Frei Caneca e Bourbon) têm uma grade montada, mesclando filmes que estavam em cartaz em março com títulos do Festival De Volta ao Cinema e a estreia do longa chinês Viver para Cantar.

Já o complexo Cinépolis não tem previsão de reabertura de suas salas em São Paulo, mantendo por enquanto abertas apenas as de Campinas e Jundiaí. E o Cinemark, a maior cadeia de cinemas, planeja reabrir por enquanto apenas as salas do Shopping Market Place – a rede planeja a volta por fases, a fim de dar tempo de treinar devidamente seus funcionários. A programação de filmes está preparada, mas só será divulgada depois da liberação da cidade para a Fase Verde.

Entre as estreias que podem mexer com o mercado, a aposta está em Tenet, novo longa de Christopher Nolan. A Warner, sua distribuidora no Brasil, programou a estreia para 29 de outubro, ainda sem plano definido de quantidade de salas. Será um grande desafio, uma vez que, no mercado americano, o filme não atraiu o público esperado para a retomada lá, em setembro: nas áreas onde Tenet foi exibido nos EUA, a preocupação do público com a segurança – mesmo com a capacidade da sala limitada a 50% ou menos na maioria dos locais – provavelmente afetou as vendas de ingressos.

Isso provocou um adiamento em massa do lançamento de blockbusters, como Duna, Batman e Jurassic World, para os próximos dois anos. A reação das cadeias de cinema nos EUA e na Inglaterra foi imediata, com ameaça de fechamento temporário de todas as suas salas, o que implicaria uma demissão em massa de funcionários.

No Brasil – e em São Paulo, em especial -, a preocupação é semelhante. Segundo dados da Federação Nacional das Empresas Exibidoras de Cinema e da Associação Brasileira de Multiplex, em 2019, os cinemas da cidade de São Paulo foram responsáveis por 23,5% do total da receita do País. Assim, se o fechamento das salas da capital continuar, o prejuízo acumulado causará fechamento de até 30% das salas de cinema do território nacional nos próximos meses. Hoje, são 3.507 salas no Brasil, número que atende apenas 58% da população do País.

Por conta disso, além dos cuidados com segurança e saúde, alguns pontos preparam ofertas que podem atrair mais público. O Petra Belas Artes, por exemplo, vai oferecer meia-entrada para quem doar um livro – trata-se de uma parceria com a Fundação Espírita André Luiz. Outra atração é a oferta de um kit com cervejas da marca do patrocinador do espaço para quem assistir a algum filme na primeira semana da reabertura.

E, para que o espectador se sinta seguro, diversas medidas exigidas pelos protocolos serão tomadas. As salas não terão mais que 60% de sua capacidade tomada e as poltronas laterais de cada pessoa estarão vazias (o sistema da bilheteria automaticamente bloqueia esses lugares). Poderão estar juntas até cinco pessoas e os ingressos poderão ser comprados no cinema – recomenda-se o uso de cartão em vez de dinheiro.

A conferência dos bilhetes será visual ou por meio de leitores óticos, sem contato manual por parte do atendente. Já a bonbonnière estará aberta, mas os alimentos serão entregues fechados e o consumo só poderá ser feito na poltrona. No momento em que o espectador estiver acomodado, é recomendável que ele não se levante – o recomendado é ir ao banheiro antes da sessão

É aconselhado também um distanciamento entre as pessoas nas áreas comuns, que contarão com álcool em gel disponível. O uso de máscara é obrigatório sempre e haverá um tempo mínimo de 30 minutos entre as sessões, para que os espaços sejam higienizados Ao final de cada sessão, será pedido aos espectadores mais próximos da porta que saiam primeiro, mantendo essa ordem até quem estiver mais distante.

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