Em São Paulo, 41% dos jovens pensaram em deixar estudos na pandemia

Foto: Pixabay
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Pesquisa do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), em parceria com a Rede Conhecimento Social, Global Opportunity Youth Network São Paulo (Goyn SP) e a Coordenadoria da Juventude da Prefeitura Municipal de São Paulo, mostra que 41% dos jovens da capital paulista pensaram em desistir de estudar durante a pandemia de covid-19.

O levantamento divulgado nesta terça-feira (23) é um recorte focado nos 3.520 jovens da cidade de São Paulo que participaram da 2ª edição da pesquisa nacional Juventudes e a Pandemia do Coronavírus, realizada de 22 de março a 12 de abril de 2021. Idealizada pelo Conselho Nacional da Juventude, a pesquisa ouviu 68.114 jovens no país.

De acordo com o estudo, 4% dos jovens tinham interrompido os estudos principalmente por sentirem dificuldade em se organizar com o ensino remoto e a necessidade de procurar renda durante o período. Apesar de continuarem estudando, 4 a cada 10 jovens (40%) pensaram em parar os estudos durante a pandemia, e 7 a cada 10 pensaram (70%) em desistir do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

“A pandemia agravou, em diferentes níveis e perspectivas, a violação dos direitos das pessoas jovens no Brasil e, por isso, desenvolvemos a pesquisa. Criamos uma base sólida de evidências para apoiar a atuação de tomadores de decisão e ampliar a capacidade da sociedade de produzir respostas aos desafios emergenciais”, destacou o presidente da Conjuve, Marcus Barão.

A pesquisa mostrou ainda que 5 a cada 10 jovens (50%) paulistanos se disseram pessimistas quanto ao futuro após a pandemia. A covid-19 também influenciou a forma como eles percebem a política: 5 a cada 10 afirmaram (50%) acreditar que participarão mais e estarão mais atentos sobre a política; e 8 a cada 10 declararam (80%) que a pandemia vai influenciar na forma que vão votar nas próximas eleições.

Dos jovens da capital paulista que responderam à pesquisa, 11% tinham de 15 a 17 anos; 51%, de 18 a 24 anos; e 38%, de 25 a 29. A maioria dos entrevistados foi de mulheres (70%); 64% se declararam brancos; 32%, negros; 4%, amarelos; e nenhum, indígena.