O álbum Levada do 2T marca um novo momento na trajetória do Mc Tuto. Após o EP 2T na Levada, que apresentou ao público um personagem em processo de construção artística, esse novo projeto representa um salto em maturidade, identidade e sonoridade.
“Levada do 2T” não é apenas uma “evolução” do EP anterior — ele representa um amadurecimento artístico, onde Tuto explora novas temáticas, experimenta com flows e entrega um repertório que mostra sua pluralidade como intérprete e compositor.
A ideia é clara: mostrar ao público que o 2T vai muito além da levada — ele cria seu próprio ritmo, com identidade própria e olhar afiado sobre o mundo ao seu redor.
São 10 faixas inéditas, com participações de grandes nomes da música nacional como Mc Hariel, Mc IG, Mc Ryan SP, Xamã, Mc Negão Original, Mc Paulin da Capital, Mc Joãozinho VT, Mc Cebezinho, Mc Vine7, Mc Luuky, Mc Pe Leal, Mc DKziin, Mc Nego União, Deejhay RB, DJ Yuri Pedrada, DJ Glenner, DJ Oreia.
Esse lançamento reforça a presença de Tuto no cenário do funk nacional e revela uma nova perspectiva sobre seu olhar artístico — agora mais maduro, autoral e consciente.
Stepanov, que também é MC, bateu um papo com o MC Tuto com exclusividade para o Jornal Estação, confira:
Stepanov: Vamos falar um pouco sobre o disco. Que antes era 2T na Levada e agora virou Levada do 2T.
Tuto: A gente criou uma estética dentro do mundo do funk. Conseguimos estabelecer uma identidade visual e sonora que passou a inspirar muitas pessoas, sabe? Esse álbum é algo novo, mas que já vinha sendo construído.
Stepanov: Você tem um estilo muito original, bem único!
Tuto: Muita gente comenta sobre o meu jeito de cantar, de “picotar” as palavras — às vezes as pessoas não entendem de primeira. É algo diferente, mas foi isso que me fez chegar onde estou hoje: o fato de ser autêntico.

Stepanov: E quando foi que você percebeu que tinha virado uma referência? Que suas atitudes, o que você fala e pensa, passaram a ter mais peso?
Tuto: Foi quando comecei a perceber o retorno das pessoas na rua. Gente dizendo que se inspira em mim — nos shows, nas músicas, no nosso jeito de cantar. Muita molecada mesmo se espelha, e à medida que mais pessoas se aproximam, a gente vai entendendo a dimensão disso. Hoje, a maior prova disso é onde chegamos. A responsabilidade que a gente carrega é grande: inspirar a rapaziada da periferia, quem curte funk. E a cada dia eu tento acreditar nessa realidade, na quantidade de pessoas que se inspiram em mim. Às vezes ainda me surpreendo. Mas levo essa responsabilidade no peito, com muita seriedade.
Stepanov: O disco tem várias participações. Teve algum feat que te tirou da sua zona de conforto? Algo que te levou a experimentar um estilo diferente?
Tuto: Olha, a maioria das faixas tem a ver com o que eu sempre fiz — sempre transitei entre o funk e o trap. Só que agora isso ganhou mais visibilidade. Mas tem uma música específica, com o Vulgo FK, chamada Scarpin. Ainda vai ser lançada. Acho que o público nunca me viu cantando daquele jeito, com uma pegada mais emocional, falando de amor, num trap mais melódico. Então, mesmo que esse estilo já estivesse comigo, acredito que essa faixa vai surpreender. Foi uma experiência diferente.
Stepanov: Você se lembra da primeira letra que escreveu?
Tuto: Lembro sim. Era algo bem simples, inspirado em uma música do Boy do Charme. Quando você tá começando, é comum pegar a melodia de algo que já existe. A minha primeira foi algo assim: “Cheguei na concessionária, já não saí a pé trouxe um carro de barão…” Era mais uma brincadeira com amigos, nenhum de nós era MC ainda. Lembro que essa foi a primeira vez que sentimos que tínhamos feito uma letra nossa, mesmo que inspirada em outra música. Foi ali que tudo começou.
Stepanov: E qual música do disco você sente que mais representa quem você é hoje?
Tuto: Acredito que a que mais tem a ver comigo é Busco a Meta. Mesmo inovando na forma de cantar, essa música carrega muito do caminho que temos trilhado há algum tempo. Ela representa bem minha trajetória e minha essência.