Investigações contra a mulher de Cunha deve ficar com Sérgio Moro

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O Ministério Público Federal em Curitiba acusou Cláudia Cruz, mulher do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de fazer parte do esquema que desviou verbas na Petrobras. A acusação consta da manifestação dos procuradores, assinada na sexta-feira (19), em resposta a uma ação dos advogados de Cláudia, que pedem que o processo contra ela saia das mãos do juiz Sérgio Moro, em Curitiba, e passe para a Justiça Federal do Rio de Janeiro.

A defesa diz que os fatos atribuídos a ela não têm ligação com os crimes investigados na Lava Jato. Cláudia é acusada de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, o que ela nega. Os procuradores dizem que há provas de que por uma conta dela passou dinheiro de suborno recebido por Cunha em 2011, na operação de compra pela Petrobras de um campo de petróleo na África.

Ao juntar os gastos de Cláudia e os desvios na Petrobras, os procuradores da Lava Jato dizem que “não é preciso muito esforço cognitivo para concluir que os casos são conexos e devem ser julgados pelo mesmo juízo, já que assim têm-se um conhecimento integral dos fatos”.

Em nota, o advogado de Cláudia, Pierpaolo Bottini, argumentou que no início do ano o STF decidiu separar os processos dela e de Cunha, destacando que a conduta da mulher era “sem conexão com os atos do marido”. “Tal decisão deve ser respeitada, do contrário tudo sempre será passível de rediscussão.”