Índios irão receber R$ 4 mi da Gol após mais de dez anos de acidente

Desastre aéreo do vôo 1907 da Gol: uma das asas do Boeing foi encontrada em local próximo à fazenda Jarinã, em Peixoto de Azevedo (741 km ao norte de Cuiabá - MT), que serve de alojamento para militares que atuam no resgate dos corpos das vítimas. A colisão entre o Boeing-737/800 da Gol e o jato executivo Legacy-600 comprado pela empresa norte-americana ExcelAire da Embraer (Empresa Brasileira de Aeronáutica) ocorreu em 29 de setembro de 2006 e matou 154 pessoas. O Boeing-737/800 saiu de Manaus (AM) rumo ao Rio de Janeiro, com escala em Brasília (DF), e caiu dentro da reserva Capoto-Jarinã e próximo do Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso. O Legacy conseguiu pousar na base aérea de Cachimbo, no sul do Pará. (Peixoto de Azevedo, MT, 01.10.2006. 9h. Foto de Alan Marques/Folhapress)
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Após mais de dez anos da queda do voo 1907 da Gol no meio da floresta amazônica no Mato Grosso, uma comunidade indígena deve receber em até 60 dias uma indenização de R$ 4 milhões por danos ambientais, materiais e imateriais. O acidente aéreo matou 154 pessoas. O acordo extrajudicial, intermediado pelo Ministério Público Federal, foi assinado no dia 17 de março entre representantes da empresa e lideranças indígenas.

O dinheiro será depositado após a homologação administrativa do termo em uma conta bancária controlada pelo Instituto Raoni. O Ministério Público Federal e a Funai (Fundação Nacional do Índio) vão fiscalizar o uso do dinheiro.

Segundo a alegação da comunidade indígena, a permanência dos destroços do voo inviabiliza o uso de uma grande porção de terra dentro de uma reserva indígena. De acordo com as crenças do povo caiapó, as mortes ocorridas naquele local não permitem o uso da terra para caça, pesca e habitação.

Em 29 de setembro de 2006, o Boeing da Gol se chocou com o jato Legacy da empresa americana ExcelAire, que havia decolado de sua fábrica no interior paulista, e causou a morte de 154 pessoas. Os cinco ocupantes do jato não se feriram. Embora condenados no Brasil a três anos e um mês de prisão, os dois pilotos do Legacy estão soltos nos Estados Unidos.