Delação da Odebrecht aponta fraudes em 4 grandes obras na cidade de SP

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O ex-prefeito Fernando Haddad (PT) costumava dizer que o túnel que Gilberto Kassab (PSD) planejava construir em 2009 na avenida Roberto Marinho, uma obra de R$ 2,3 bilhões, era “um shopping center da corrupção”. A delação da Odebrecht aponta que em pelo menos um ponto Haddad tinha razão. A obra foi direcionada para a empreiteira, segundo o ex-diretor da Odebrecht Carlos Armando Paschoal: esse tipo de obra era uma especialidade da construtora.

Outras grandes obras, sobre as quais havia suspeitas de corrupção, aparecem na delação da empreiteira, como a linha 2-verde do Metrô, o Rodoanel e a Arena Corinthians. Nas quatro obras, os pagamentos ilícitos da Odebrecht somam R$ 32 milhões. O maior deles, de R$ 17,9 milhões, foi pago na obra do Metrô.

Na linha 2-verde do Metrô, um contrato de 1991 foi usado para retomar a obra em 2006, contrariando a lei que determina que um contrato público vale por cinco anos. A Odebrecht diz que conseguiu reativar o negócio pagando R$ 10 milhões ao então presidente do Metrô, Luiz Carlos Frayse David, e R$ 3 milhões para dois diretores da companhia, Sérgio Brasil e Décio Tambeli. A obra ficou R$ 37,7 milhões mais cara na retomada.

No trecho sul do Rodoanel, Benedicto Júnior, ex-presidente da construtora, disse que houve divisão de obras entre 12 empreiteiras, o que pode caracterizar fraude à licitação e cartel. Houve propina no Rodoanel até quando o preço da obra foi reduzido, segundo a delação da Odebrecht.

A construção da Arena Corinthians, obra de R$ 1,2 bilhão, foi financiada por métodos heterodoxos, disse Marcelo Odebrecht. O BNDES acertou financiamento de R$ 400 milhões em jantar na casa de Marcelo com Luciano Coutinho, presidente do banco.

Em depoimento, Marcelo afirma que fazer o estádio para a abertura da Copa de 2014 não fazia sentido. “É um absurdo. Você faz o estádio para um dia e depois tem de desmontar um bocado de coisas.” Por esse motivo, segundo Marcelo, a obra estimada em R$ 400 milhões saltou para mais de R$ 1 bilhão.

Delatores disseram que o deputados Andrés Sanches (PT-SP) e Vicente Cândido (PT-SP) receberam R$ 3 milhões e R$ 50 mil para o caixa dois de suas campanhas.

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