Palestinos são soltos um dia depois de confronto com direita anti-imigração

SÃO PAULO,SP,03.05.2017:PRESOS-PROTESTO-LEI-MIGRAÇÃO - Presos após confusão no protesto contra a Lei de Migração deixam o 78º DP para audiência de custódia no Fórum da Barra Funda, em São Paulo (SP), na manhã desta quarta-feira (3). Seis pessoas foram presas, entre elas, palestinos, na noite desta terça-feira (2) após protestarem contra um ato dos movimentos Direita São Paulo e Juntos pelo Brasil na Avenida Paulista. Os grupos de direita faziam uma manifestação contra a Lei de Migração, aprovada no Senado. Cerca de oito pessoas ficaram feridas. (Foto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress)
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Os dois palestinos detidos na noite de terça-feira (2) após confronto com manifestantes contrários à Lei de Migração em São Paulo foram liberados na tarde desta quinta (3), após audiência de custódia. Segundo decisão do juiz José Eugenio do Amaral Neto, Nour Alsayyd e Hasan Zarif responderão em liberdade pelos crimes de explosão e lesão corporal – Alsayyd, também por lesão corporal majorada, por ter agredido e imobilizado um policial militar.

Zarif é o líder do movimento Palestina para Tod@s e dono do Al Janiah, bar no Bixiga (região central de São Paulo) administrado por refugiados e militantes da causa palestina. Os dois brasileiros que foram detidos com os palestinos, Roberto Gomes Freitas e Nikolas Ereno Silva, tiveram todos os flagrantes retirados pelo juiz, por ausência de provas das outras suspeitas pelas quais foram indiciados. Eles também foram liberados.

No total, os quatro tinham inicialmente sido indiciados após a prisão em flagrante pelos lesão corporal, associação criminosa, resistência e lesão corporal majorada. De acordo com a descrição da Justiça, um grupo de 15 a 20 pessoas teria se aproximado do protesto na avenida Paulista contra as alterações na Lei da Migração, e Zarif teria atirado uma bomba contra os manifestantes. O grupo teria tentado ainda arremessar um segundo artefato explosivo, mas foi contido por policiais militares e pelos manifestantes, conforme o texto. A defesa dos acusados nega os fatos.