Oito dos nove pedidos de impeachment têm áudio como base

15/05/2017- Brasília - DF, Brasil- Presidente Michel Temer durante entrevista para o programa Frente a Frente da Rede Vida. Foto: Marcos Corrêa/PR
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Dos nove pedidos de impeachment do presidente Michel Temer já protocolados na Câmara dos Deputados, oito têm como base o trecho do áudio em que o presidente supostamente dá aval para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha na cadeia.
Esse trecho é, contudo, um dos menos conclusivos da conversa gravada entre Temer e o delator Joesley Batista, durante reunião sem registro no Palácio Jaburu, em Brasília, em 7 de março.
Atualmente, há nove pedidos de impeachment protocolados contra o presidente na Câmara. A OAB promete protocolar o décimo na próxima quinta-feira (25).
O pedido da OAB tem como base não o trecho da gravação referente ao Cunha, mas o qual o delator conta que supostamente dá dinheiro a juízes e procuradores da Lava Jato para escapar das investigações.
O próprio presidente confirmou a reunião e o conteúdo desse segmento específico da conversa, mas diz não ter tomado atitude por julgar ser mentira do empresário.
A OAB considera que Temer prevaricou ao não denunciar às autoridades e, portanto, cometera crime de responsabilidade.
Os pedidos já protocolados, no entanto, focam no trecho em que Joesley diz manter boa relação com o ex-deputado Cunha e o doleiro Lúcio Funaro, ambos presos. Temer diz na gravação: “Tem que manter isso, viu?”.
A frase é citada em dois pedidos do deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) e em um do deputado Gualberto Vasconcelos (PSDB-BA).
O áudio do encontro do presidente está no centro de um debate sobre a possibilidade de ter havido ou não edição no arquivo.
Perito contratado pela defesa de Temer diz que o áudio é “imprestável” como prova, já que há pontos de corte e muitos trechos de baixa qualidade ou inaudíveis.
Reportagem da Folha de S.Paulo desta terça-feira (23) mostra que a PGR (Procuradoria-Geral da República) buscará focar a denúncia no fato de um emissário indicado por Temer, no caso o deputado afastado Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR), ter sido flagrado com uma mala de dinheiro fruto de propina da JBS.
Na reunião com Joesley Batista, Temer indica Loures como sendo a pessoa para quem o empresário deve endereçar suas demandas de interesse da empresa na área econômica.

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