Em 12 meses de Michel Temer, país ganha 2,6 milhões de desempregados

SÃO PAULO, SP - 29.05.2017: TRABALHO-MERCADO - Pessoas observam cartazes com ofertas de emprego na rua Barão de Itapetininga, no centro da capital paulista, na manhã desta segunda-feira (29). (Foto: Dário Oliveira/Folhapress)
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O país ganhou cerca de 2,6 milhões de desempregados no primeiro ano de governo Michel Temer. É um crescimento de 23,1% com relação ao contingente observado no trimestre imediatamente anterior à sua posse como presidente interino. Segundo o IBGE, 14 milhões de pessoas procuraram emprego entre fevereiro e abril de 2017. No mesmo período do ano anterior, eram 11,4 milhões.

A taxa de desemprego subiu de 11,2% para 13,6% no período. Foi o pior resultado para o período de fevereiro a abril desde 2012, quando o IBGE iniciou o levantamento. Temer assumiu no dia 12 de maio de 2016, ainda de forma interina, após afastamento de Dilma Rousseff para julgamento do processo de impeachment no Senado.

No trimestre encerrado em abril, o número de trabalhadores com carteira assinada, por exemplo, foi o mais baixo desde o início da pesquisa: 33,3 milhões, 1,2 milhão mais que um ano antes. As vagas formais tem maior qualidade por garantirem às famílias benefícios como planos de saúde, disse Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Por isso, diz ele, a perda de vagas com carteira tem grande impacto na taxa de desemprego, já que obriga outros membros da família a buscar emprego também. “Cada pessoa que perde o trabalho com carteira joga duas ou três na desocupação”, afirmou.

No primeiro ano de Temer, houve aumento só no número de trabalhadores privados sem carteira (3,1%, ou 306 mil pessoas) e de empregadores (10,6%, ou 385 mil pessoas) -insuficiente, porém, para conter a queda do número de carteiras assinadas.

Entre os setores da economia, três apresentaram queda significativa no número de empregos: agricultura (-7,7%), construção (-8,7%) e administração pública, defesa, seguridade, educação, saúde e serviços sociais (-2,4%). Apenas os setores de alojamentos e alimentação (12,1%) e outros serviços (4,2%) tiveram melhora na era Temer.