PF faz operação contra crime eleitoral em campanha de Haddad em 2012

SÃO PAULO,SP,15.05.2017:HADDAD-FREIXO-QUERO-PRÉVIAS - Quero Prévias 2018, na Casa do Povo, localizada na Rua Três Rios, Bom Retiro, em São Paulo (SP), nesta segunda-feira (15). O evento contou com a presença de Fernando Haddad (ex prefeito de São Paulo, PT), Marcelo Freixo (deputado estadual, PSOL), Monique Evelle (empreendedora jovem), Monique Prada (CUTS), Ruy Braga (USP), Tatiana Roque (UFRJ/Adufrj), entre outros. (Foto: Willian Moreira/Futura Press/Folhapress)
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A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira (1º) a Operação Cifra Oculta para apurar crimes eleitorais e lavagem de dinheiro relacionados à campanha de Fernando Haddad (PT) para a Prefeitura de São Paulo em 2012. As investigações apuram o pagamento, pela empreiteira UTC, de dívidas da chapa do petista referentes a serviços gráficos no valor de R$ 2,6 milhões. Quatro gráficas ligadas ao ex-deputado estadual Francisco Carlos de Souza, o “Chico Gordo” ou “Chicão”, são alvos da operação.

As empresas são a Souza & Souza – propriedade de Chicão -, a LWC, Axis e Cândido & Oliveira -que pertenciam a pessoas ligadas a ele.

Pela manhã, 30 policiais cumpriram nove mandados de busca e apreensão, expedidos pela 1º Zona Eleitoral de São Paulo, nas cidades de São Paulo, São Caetano e Praia Grande. O ex-prefeito Haddad deve ser chamado para depôr no inquérito, segundo o delegado Rodrigo de Campos Costa, que conduz o inquérito.

A ação é um desdobramento da Operação Lava Jato e começou em novembro de 2015 após o STF (Supremo Tribunal Federal) desmembrar a colaboração premiada de executivos da empresa UTC em anexos para a investigação nos Estados.

Em setembro de 2016, a Folha de S.Paulo mostrou que Chicão foi alvo de ação na Justiça Eleitoral movida pelo PSDB em processo que investiga a campanha presidencial da chapa Dilma Rousseff-Michel Temer em 2014. A suspeita é de que a gráfica seja uma empresa de fachada, sem capacidade de produção de material para campanha e emissora de notas frias.

Segundo três delatores da Lava Jato, Souza recebeu R$ 2,6 milhões em propina da Petrobras para pagar dívidas da campanha de 2012 de Haddad. O pedido para que o dinheiro fosse entregue à gráfica foi feita pelo ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto. A delação do dono da UTC, Ricardo Pessoa, serviu como ponto de partida para o inquérito.