Achados e perdidos da CPTM e Metrô de SP colecionam objetos inusitados

Achados e perdidos do Metrô. Local: São Paulo/SP. Data: 11/08/2017. Foto: Alexandre Carvalho/A2img
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Próteses de perna e dentária, instrumentos musicais, pias de banheiro, carteiras, documentos, capacetes de motociclista, dinheiro em moeda nacional e estrangeira, livros, álbuns de fotos, carrinhos de bebê e supermercado, ferros elétricos e ventiladores. Dos objetos mais comuns aos mais inusitados, quase de tudo é esquecido pelos passageiros do Metrô e da CPTM nas estações e composições de trem.

Além de motivo de surpresa, os objetos mais estranhos encontrados nas prateleiras dos Achados e Perdidos do Metrô e CPTM indicam que as pessoas que os perderam desistiram de recuperar os seus pertences porque acreditavam ser impossível recuperá-los.

Essa falta de fé em São Longuinho, o santo protetor das causas e objetos perdidos, na maioria das vezes não corresponde à realidade. É o caso da passageira do metrô que em 31 de janeiro desse ano perdeu a bolsa na estação Butantã do Metrô, com todo o salário do mês: R$ 1,4 mil. A bolsa foi encontrada por outro passageiro e devolvida intacta à administração da Linha 4, administrada por uma concessionária.

Assim como todos os objetos encontrados nas linhas do metrô, a bolsa foi encaminhada à Central de Achados e Perdidos, localizada na Estação Sé. Dentro da bolsa, além do dinheiro e de outros objetos pessoais, havia um bilhete único do Cartão BOM.

Por meio dele, foi possível localizar a dona da bolsa. Ela trabalhou em uma empresa, em Rio Claro, no interior de São Paulo, em 2011. Sua ficha na empresa indicava o telefone de uma cunhada. A cunhada passou os contatos do filho, que por sua vez indicou o endereço atualizado da mãe. Não é preciso descrever o contentamento da mulher, quando recebeu de volta a bolsa com todo o conteúdo, incluindo o dinheiro do salário.

 

Até julho, usuários esqueceram nos trens da CPTM 45 mil itens

 

O departamento de Achados e Perdidos da CPTM mais parece uma agência de detetives. A equipe passa o dia tentando localizar quem perdeu o quê. Assim também é no Metrô. Cada objeto encontrado é catalogado e identificado com todas as características: cor, tamanho, espécie e outros detalhes que serão cruzados com as informações de quem for recuperar o objeto.  Os dados incluem onde o objeto foi localizado, quando, como e em quais circunstâncias, para que sejam confirmadas pela pessoa que for reclamar a posse.

Todas as informações alimentam um programa de computador usado para identificar os objetos, documentos e pessoas. Além do trabalho de identificação, o departamento sai em busca de indícios que podem servir para localizar a pessoa que perdeu o objeto. Se localizada, ela será contatada para que venha retirar o que perdeu.

Segundo Eliete Cury, 15 anos de Serviço de Atendimento ao Usuário da CPTM e chefe do departamento desde o início de 2011, 14% dos objetos devolvidos foram procurados por seus donos e 84% é fruto do trabalho de investigação dos agentes de relacionamento que trabalham no departamento.

Até julho deste ano, foram esquecidos nas linhas da CPTM 45 mil itens, uma média de 6 a 7 mil por mês. Deste total, acabaram devolvidos 18.076 itens, entre objetos e documentos.

 

 

No primeiro semestre, 47 mil itens foram encontrados e 11 mil devolvidos no Metrô

 

No Metrô, o que impressiona é a quantidade de carteiras perdidas, com documentos, cartões e dinheiro. São várias gavetas repletas delas, assim como de celulares perdidos. Esses últimos, são os objetos mais procurados, o que indica a importância que esses aparelhos têm para a vida das pessoas, segundo o coordenador do Departamento de Relacionamento com o Usuário (OPR), Marcos Borges.

Se não reclamados no período de 60 dias, objetos e valores são doados ao Fundo Social de Solidariedade do Governo do Estado. As normas são semelhantes, tanto as do Metrô quanto as da CPTM, assim como a dinâmica de trabalho. Diariamente, mensageiros de todas as linhas chegam aos locais de centralização dos achados e perdidos para entregar o que encontram. O da CPTM fica na Estação Barra Funda.

Os números de objetos e documentos encontrados no Metrô são semelhantes aos da CPTM. Do início do ano até julho, mais de 47 mil foram cadastrados e 11 mil devolvidos. São 7 mil itens em média por mês, dos quais 65% são documentos e 35% objetos. Os mais encontrados são documentos, materiais de papelaria e livraria, artigos pessoais, peças de vestuário, acessórios, itens de casa e chaves.

 

 

SERVIÇO

Central de Achados e Perdidos do Metrô

Estação Sé

Atendimento: pessoalmente, de segunda à sexta-feira (exceto feriados), das 7h às 20h

Consulta a documentos e objetos identificados podem ser feitas diariamente pelo 0800-770-7722, das 5h30 ás 23h30 ou pelo site www.metro.sp.gov.br

 

Central de Achados e Perdidos da CPTM

Estação Barra Funda da CPTM

Atendimento: pessoalmente, de segunda à sexta-feira (exceto feriados), das 7h às 19h

Pelo 0800-055-0121, serviço 24 horas ou pelo site www.cptm.sp.gov.br