Ato chama a atenção para morte de 101 policiais no estado do Rio

Rio de Janeiro - Agentes de segurança pública, amigos e familiares participam de manifestação no Parque do Flamengo pela morte de 101 policiais no estado do Rio de Janeiro em 2017 (Fernando Frazão/Agência Brasil)
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A área em torno do Monumento aos Mortos na 2ª Guerra Mundial, no Parque do Flamengo, foi o cenário escolhido neste domingo (3) para mais uma manifestação com o objetivo de chamar a atenção de toda a sociedade para o elevado número de mortes de agentes de segurança no estado do Rio de Janeiro.

O ato, que reuniu cerca de 300 pessoas, entre policiais da ativa e da reserva, familiares e amigos das vítimas, ocorreu no mesmo dia em que foi enterrado o 101º policial assassinado desde o início do ano no Rio, o sargento da Polícia Militar (PM) Lucio Ferreira de Santana, morto na última sexta-feira (1º).

O sargento, que foi enterrado no cemitério Jardim da Saudade, em Sulacap, zona norte do Rio, havia reagido a uma tentativa de assalto a uma loja comercial no centro de Belford Roxo, na Baixada Fluminense.

Com o lema “Mexeu com um, mexeu com todos”, a manifestação não teve caráter reivindicatório, embora cada grupo participante tenha chamado a atenção para suas lutas específicas, como a falta de infraestrutura e de armamento de qualidade e a necessidade de atendimento psicológico adequado aos policiais que foram baleados e sobreviveram.

“O ato, que no início seria apenas um culto ecumênico, é uma homenagem aos nossos companheiros mortos em combate. Hoje, quase todo dia está morrendo um”, explicou o subtenente Ricardo Garcia, da reserva remunerada da PM, organizador da manifestação.

Colocados junto a um dos postes de iluminação do parque, sete bonecos vestiam fardas de policiais militares mortos este ano. Perto dali, o grupo formado por mulheres e parentes das vítimas ostentavam a faixa com os dizeres “Esposas e familiares – somos todas sangue azul”, uma alusão à cor da farda da Polícia Militar fluminense.