Fuvest inicia no domingo segunda fase com redação e provas discursivas

Único jornal diário gratuito no metrô

A Fuvest inicia neste domingo (7) a bateria de três dias de provas da segunda fase do vestibular para a USP (Universidade de São Paulo). São esperados 19.690 candidatos, convocados após a primeira fase, e que disputam 8.402 vagas.
Os participantes encaram no domingo a prova de português (com 10 questões) e a redação. Na segunda-feira (8), serão 16 questões sobre as disciplinas comuns do ensino médio: história, geografia, matemática, física, química, biologia e inglês. A última prova, na terça (9), trará 12 questões de duas ou três disciplinas relacionadas diretamente à carreira escolhida pelo vestibulando.
A abertura dos portões ocorrerá às 12h30 e o acesso aos locais de prova será permitido até as 13 horas. Todas as provas da segunda fase são constituída por questões discursivas -ao contrário da primeira parte, que trazia itens de múltipla escolha.
Para os candidatos ao curso de Artes Cênicas, o vestibular continuará nos dias 10, 11 e 12 de janeiro, com as provas de habilidades específicas. O resultado da primeira chamada ocorrerá no dia 2 de fevereiro.

ENEM
Outras 2.745 vagas da USP serão preenchidas pelo Sisu (Sistema de Seleção Unificada), a partir da nota do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio). No total, a universidade oferece 11.147 vagas em 2018.
A partir deste ano, passa a valer o sistema de cotas. Do total, 37% das vagas de cada unidade deverão ser preenchidas por alunos de escola pública, com percentual mínimo de alunos pretos, pardos e indígenas.
Novo sistema de cotas na USP Como é feita a seleção hoje
A universidade tem duas portas de entrada: Fuvest e Sisu, que usa a nota do Enem; cada unidade define quantas vagas coloca no Sisu e se reserva vagas para alunos de escolas públicas
Como vai ficar
A partir de 2018, haverá um percentual mínimo obrigatório de vagas destinadas a cotas sociais e raciais; ele será calculado a partir do total de vagas (tanto as da Fuvest como as do Sisu)
Os índices deverão ser alcançados por meio dos dois sistemas de ingresso (Fuvest e Sisu), embora este último já reserve na inscrição um número fixo de vagas. A quantidade de vagas para cotistas vai aumentar gradualmente até atingir, em 2021, 50% do total em cada curso e turno.
A universidade vinha sofrendo uma forte pressão de setores da sociedade para aumentar a inclusão entre os alunos, sobretudo depois da aprovação da Lei de Cotas para as instituições federais de ensino superior, em 2012.
Enquanto mais de 80% dos alunos de ensino médio estão em escolas públicas em São Paulo, a USP registrou no último ano 37% de ingressantes da rede. Esse índice não se repete em cursos tradicionais e concorridos, como medicina e engenharia.
A implementação de cotas foi definida em meados de 2017 e, segundo a reitoria, a adoção progressiva até 2021 foi necessária para que haja disponibilidade de recursos de permanência estudantil. A expectativa é que, com alunos oriundos de escolas públicas, aumente a demanda por bolsas como a de moradia e alimentação.
Desde 2014 a USP enfrenta uma crise financeira. A folha de pagamento tem comprometido praticamente a totalidade dos repasses recebido pelo governo do Estado. Dos R$ 4,6 bilhões recebidos pela estadual neste ano, 96,4% foram gastos com salários.
Ao longo da gestão do reitor Marco Antonio Zago, que se encerra neste mês, foram realizados planos de demissão voluntárias e contratações foram congelados. O vice de Zago, professor Vahan Agopyan, assume a reitoria a partir deste mês, após vencer eleição interna e ser nomeado pelo governador Geraldo Alckmin (PSDB).

(Folhapress)
Foto: Eduardo Anizeli/Folhapress