Maia diz que discutir candidaturas do centrão agora é ‘arrogância e atropelo’

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Apesar da sequência de viagens para tentar viabilizar sua candidatura ao Palácio do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), visitou Vitória nesta quarta-feira (10) e desconversou sobre pretensões eleitorais.
Discutir a corrida presidencial agora “passa por certa arrogância e atropelo”, disse Maia, acompanhado do governador Paulo Hartung (MDB) e do prefeito de Salvador (BA), ACM Neto (DEM).
Ele também falou da possibilidade de candidatura única, ou com dois ou três mais partidos, mas apenas se estiver de acordo com a “vontade da sociedade e dos partidos que estão representados”. “Porque se fosse, algum candidato do nosso campo já teria 15%, 20% de intenções de voto. Se não têm, é porque não dá para falar em candidatura única. Se ela acontecer, melhor. Se não acontecer, não será um desastre”.
Como a Folha de S.Paulo revelou, Maia já selou acordo com dois partidos da base do governo de Michel Temer, o PP e o Solidariedade, em conversas que ganharam corpo há pouco mais de dois meses. A estratégia é procurar as siglas aliadas ao Planalto, principalmente as do centrão, para encurralar uma possível candidatura do ministro Henrique Meirrelles (Fazenda).
Ele desconversou quando perguntado sobre qual o seria o terceiro partido da lista. “Não sei nem se estão no meu projeto”, disse. “Não sei nem se eu tenho projeto ainda. É uma realidade muito longe de acontecer”.
Para Maia, a discussão política “não pode prejudicar as reformas”. Ele justificou a viagem ao Espírito Santo -onde discursou para uma plateia majoritariamente política, com vereadores, prefeitos, deputados estaduais, federais, e os ministros Mendonça Filho (Edução) e Alexandro Baldy (Cidades)- dizendo que era uma agenda previamente programada e disse que era uma honra aprender “com a experiência de Paulo Hartung”.

APELO A HARTUNG
O apelo para Hartung se filiar ao DEM, aliás, cresceu o tom. ACM Neto disse que o peemedebista “é o melhor governador do Brasil”. Maia foi ainda mais incisivo: “Ele seria um ótimo vice-presidente. Tem condição de jogar do goleiro à camisa 11. É craque”.
Questionado sobre a troca de partido e a possível composição de chapa presidencial com Maia, Hartung admitiu que está “num caminho fértil para montar um movimento que organize o centro”, mas afirmou que tem até julho para encontrar uma chapa, “que precisa ser liderada por alguém que tem grande capacidade de comunicação com a população”.

(Folhapress)
Foto: Sérgio Lima/Folhapress