Polícia prende 3 com centenas de tartarugas, iguanas, saguis e pássaros em bagageiro de ônibus

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Uma mulher e mais dois homens foram detidos na madrugada desta quinta-feira (19) transportando 562 animais silvestres em condições degradantes.
Foram resgatados 427 tartarugas, 87 iguanas, 21 saguis, duas corujas, dois gaviões e 23 pássaros diversos em caixas de madeira que estavam acondicionadas no bagageiro de um ônibus fretado.
O ônibus saiu da cidade de Senhor do Bonfim (BA), na terça (17), e tinha como destino a capital paulista.
Os policiais civis localizaram o veículo após receberem uma denúncia anônima. O ônibus foi interceptado às 4h desta quinta na rodovia Ayrton Senna, em Guarulhos (Grande São Paulo), e foi parado no acesso ao Jardim Helena, já na zona leste da capital paulista.
O trio não resistiu à prisão e confessou a posse dos animais. Os suspeitos disseram, no entanto, que não estavam juntos.
A mulher transportava a maior quantidade de animais. Em depoimento à polícia, ela disse que iria comercializá-los, mas não informou mais detalhes aos investigadores. A Delegacia do Meio Ambiente de Guarulhos abriu inquérito para investigar se o trajeto entre Bahia e São Paulo virou rota para o transporte ilegal de animais silvestres.
Já os dois rapazes informaram à polícia que os pássaros que carregavam não seriam vendidos e sim criados em cativeiro. No entanto, eles não possuíam, segundo a polícia, autorização do Ibama (Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis) para mantê-los em casa.
Os 562 animais foram encaminhados para o Centro de Triagem de Animais Silvestre do Parque Ecológico do Tietê, na zona leste, onde serão reabilitados para voltar à natureza.
Liliane Milanelo, a coordenadora do centro de triagem, informou que os animais estavam amontoados, amarrados em sacos e misturados dentro das caixas de madeira. “Roupas dentro de uma mala têm mais dignidade do que esses animais. Foi horrível abrir as caixas, ver alguns mortos e todos muitos sujos”, disse.
Desidratados e desnutridos, os animais terão que passar por um tratamento especial que deve durar entre 30 e 40 dias. Depois de recuperados, retornarão à Bahia. “Vamos levá-los para áreas protegidas e cadastradas pelo Ibama”, afirmou Milanelo.
Os suspeitos vão responder na Justiça pelos crimes de caça e maus-tratos de animais silvestres. As penas variam de três meses a um ano. Eles também terão que pagar multa -o valor está sendo contabilizado pela Polícia Ambiental.
O trio foi liberado, mas terá que comparecer às audiências na Justiça, informou a Polícia Civil.

(Folhapress)
Foto: Alessandra Basaglia/Divulgação