PF prende ex-presidente da Dersa e pessoas ligadas a empreiteiras em SP

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A Operação Pedra no Caminho, da Polícia Federal (PF), realizada nesta quinta-feira (21), prendeu temporariamente 14 suspeitos de envolvimento em desvios de recursos públicos nas obras do trecho norte do Rodoanel, em São Paulo. Entre eles, Laurence Casagrande Lourenço, ex-presidente da Dersa, empresa do governo estadual que atua na construção de rodovias, além de pessoas ligadas às empreiteiras envolvidas. Atualmente, Lourenço preside a Companhia Energética de São Paulo (Cesp). Os desvios foram estimados em mais de R$ 600 milhões.

Os presos ficarão na sede da PF em São Paulo, à disposição da Justiça Federal. Segundo a PF, apenas um dos mandados de prisão não foi cumprido, pois o suspeito estava fora do país. Os presos vão responder pelos crimes de fraude à licitação, estelionato contra o poder público, falsidade ideológica e associação criminosa, conforme as suas participações.

Também foram cumpridos 51 mandados de busca e apreensão na capital paulista e nas cidades de Carapicuíba, Arujá, Bofete, Ribeirão Preto e São Pedro, além de Marataízes e Itapemirim, no Espírito Santo. Cerca de 200 policiais federais participaram da operação.

“Podemos perceber que existe uma sucessão de atos criminosos dentro da Dersa. Desde desvio de dinheiro, reassentamento a, agora, superfaturamento. Tudo relacionado ao mesmo convênio com a União, que destinou R$ 6,4 bilhões”, disse Anamara Silva, procuradora da república com atuação no combate ao crime de corrupção.

Segundo inquérito instaurado em 2016, a investigação começou com a denúncia de um ex-gerente de uma empreiteira. Ele não concordava com os desvios de dinheiro e foi exonerado do cargo. A obra era dividida em seis lotes, sendo que as fraudes eram mais evidentes no lote sob responsabilidade da Construtora OAS. Outras construtoras suspeitas de irregularidades são Isolux Corsán, Acciona Infraestruturas e Construcap.

Em nota, a Dersa informou que a empresa e o governo de São Paulo são os maiores interessados no andamento do processo. “Havendo qualquer eventual prejuízo ao erário público, o Estado adotará as medidas cabíveis, como já agiu em outras ocasiões”, disse.

Foto: Rovena Rosa/Abr