Metrô da capital paulista transforma pais e filhos em colegas de trabalho

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Mariano é supervisor de segurança. A filha Aline é agente de segurança. Sidney é agente de segurança e o filho Everton, operador de trem. Não bastam serem pais e filhos, eles são colegas de trabalho na Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô).

E o ESTAÇÃO conheceu um pouco da história deles que fazem do Metrô paulistano uma grande empresa familiar. Nada melhor do que falar do Dia dos Pais por meio de Mariano e Aline, e Sidney e Everton.

 

Na área de segurança, filha quer trabalhar ‘tão bem’ quanto o pai
No último dia 8 de junho, desde que começou a trabalhar no Metrô de São Paulo, Aline Gomes Barbosa mudou de nome. Passou a ser chamada entre os colegas da Companhia do Metropolitano de São Paulo de a “filha de Mariano Gomes”. E isso é motivo de muito orgulho para a agente de segurança, cujo pai José Carlos Mariano Gomes, de 51 anos, dos quais 30 dedicados ao Metrô, é supervisor de segurança e atualmente trabalha no Centro de Controle de Segurança (CCS), responsável por 3,8 milhões usuários de cinco linhas (com exceção da linha 4-Amarela) que utilizam o sistema metroviário da capital paulista todos os dias.

Nesta sexta-feira (10), Aline – ou a “filha de Mariano Gomes” -, de 26 anos, que mora no Jabaquara, na zona leste de São Paulo, terá o seu primeiro dia de trabalho na prática como agente de segurança. O local, estação Carrão.

“Quero trabalhar tão bem quanto meu pai. Quero servir os usuários do Metrô tão bem quanto ele serve no dia a dia. É muita satisfação ser filha de Mariano, e mais ainda ser sua colega de trabalho. Daqui a três anos, vou fazer o concurso interno e serei supervisora como hoje ele é”, disse Aline ao ESTAÇÃO. Nesta quinta (9), os dois se encontraram no Metrô para tirar as fotos para esta reportagem. Eles eram só sorrisos.

Ela lembra que, desde a sua infância, ouvia do pai sua história no Metrô. “Aquele mundo, desde cedo, passou a fazer parte da minha vida. Sempre foi uma história muito bonita e passei a admirar meu pai”, lembrou. Sob o incentivo de Mariano, Aline fez concurso há três anos e, este ano, foi chamada. Nem precisa dizer quem foi o primeiro da família a ficar sabendo.

“Depois que passei a fazer os treinamentos no Metrô e a conversar com colegas antigos do meu pai sobre o seu trabalho, passei a admirá-lo muito mais, e até reclamei com ele: por que o senhor não contou com mais detalhes de como era o seu trabalho? Hoje que sei como é, passei a ver meu pai como um herói”, disse emocionada.

E foram os “causos” de Mariano que a filha ouvia desde a infância e que despertaram nela o interesse de ser sua colega de trabalho. “Nas reuniões de família, ele contava com satisfação o que ocorria”.

No próximo ano, Aline vai terminar o curso de Arquitetura, mas garante que não deixará o Metrô em hipótese nenhuma. “As duas funções dão para caminhar juntas”, afirmou.

Mariano, por sua vez, disse que está feliz da filha seguir os seus passos. Ele jura que não a influenciou em nada, mas depois que ela decidiu fazer o concurso para o Metrô, a coisa mudou: “Incentivei a decisão dela até o quanto pude”. E resumiu, com uma só palavra, o seu sentimento em ter Aline como agente de segurança: “Orgulho”.

 

Não bastam ser metroviários, são também dois corintianos
Há pouco mais de uma década e meia, o agente de segurança Sidney Alves Batista, de 60 anos, alertou o filho Everton Alves Batista, hoje com 36 anos, que o Metrô de São Paulo abrira concurso público, e o incentivou. O pai, que está completando 35 anos de companhia e mora em São Bernardo do Campo, talvez tenha ficado mais ansioso que o filho com o resultado.

Não deu outra: Everton foi chamado para trabalhar como operador de trem para alegria do pai. “Tenho o maior orgulho do meu filho. Ele é o mais próximo a mim desde pequeno”, contou entusiasmado. Já Everton diz o mesmo, e revelou que fez o concurso por influência do pai. Hoje, a família respira Metrô. “Na hora das refeições, por exemplo, a gente até tenta evitar falar de trabalho, mas o assunto é inevitável”, diz.

Mas a influência do pai sobre o filho não foi apenas na condição de serem colegas de trabalho: os dois são corintianos roxos.

Foto: Divulgação