PSDB de SP expulsa 17 filiados que teriam votado em Márcio França, Skaf e Bolsonaro

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A Executiva municipal do PSDB em São Paulo expulsou, nesta segunda-feira (8), 17 filiados que teriam votado em Márcio França (PSB) e Paulo Skaf (MDB) ao governo do estado de São Paulo no primeiro turno das eleições, portanto contra o candidato tucano João Doria, e em Jair Bolsonaro, candidato à Presidência da República pelo PSL, adversário do candidato da sigla, Geraldo Alckmin. Entre os expulsos estão dois conhecidos desafetos de Doria: o ex-governador de São Paulo, Alberto Goldman, e o secretário estadual de Governo, Saulo de Castro. A acusação é de infidelidade partidária.

Na noite de domingo (7), logo após Bolsonaro ter sido confirmado no 2º turno das eleições com quase 50 milhões de votos, Doria – que antes havia considerado “um desastre para o país” um eventual governo do candidato do PSL – declarou total apoio a Bolsonaro contra Fernando Haddad (PT).

“Temos provas contundentes que os 17 filiados foram infiéis com relação a Alckmin e Doria. A medida é extrema, mas o PSDB achou melhor fazer isso agora do que esperar que isso ocorra no 2º turno e o prejuízo seja pior”, explicou o presidente do PSDB-SP, vereador João Jorge, em entrevista à Jovem Pan, na manhã desta terça-feira (9).

Entretanto, horas depois da entrevista de João Jorge, a Executiva Nacional do partido, que é presidida por Geraldo Alckmin (quarto colocado na corrida presidencial com 4,76% dos votos), enviou nota ao ESTAÇÃO informando “que nenhuma instância partidária municipal tem competência para expulsar membros do Diretório Nacional ou Estadual. Assim sendo, a decisão [do diretório municipal de São Paulo] é arbitrária e inócua”.

Já no início da noite, em reunião a portas fechadas no diretório nacional do PSDB em Brasília, e após bate-boca entre Alckmin e Doria – que está no segundo turno em São Paulo contra Márcio França, governador candidato à reeleição, os tucanos decidiram liberar os correligionários e não vão apoiar nenhum candidato no segundo turno da disputa presidencial entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad.

Na reunião acalorada que teve início no meio da tarde, Alckmin chamou Doria de “temerista”. O candidato tucano ao governo de São Paulo cobrava do partido mais ajuda financeira às campanhas dos candidatos a governos estaduais que passaram para o segundo turno. Alckmin interrompeu Doria e disse: “Traidor, eu não sou”.

 

Foto:Dida Sampaio AE