Metrô e trem crescem como o principal meio de transporte coletivo em São Paulo

Estação Sumaré da linha verde do metrô de São Paulo.
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O uso do metrô e do trem como principal forma de locomoção cresceu na região metropolitana, segundo pesquisa feita pelo Metrô de São Paulo. Foram 3,4 milhões de viagens por dia durante 2017, alta de 53% em relação a 2007. Os trens transportaram 1,3 milhão de passageiros ao dia, um aumento de 55%.

Segundo os dados da Pesquisa de Origem e Destino, a opção pelo ônibus caiu 5% entre os paulistanos, passando de 9 milhões de viagens diárias para 8,6 milhões. A preferência pelo automóvel particular cresceu 9%, chegando a 11,3 milhões de viagens por dia. O crescimento mais significativo nos últimos dez anos foi do táxi por aplicativo, com alta de 424%, alcançando 500 mil de viagens ao dia, aproximadamente.

O levantamento mostra que o aumento no número de viagens foi maior que a expansão populacional. Em 2007, eram 19,5 milhões de habitantes na região metropolitana, e passou a 20,8 milhões uma década depois, salto de 7%. A quantidade de viagens diárias, por sua vez, cresceu 9%, aumentando de 38,1 milhões para 41,3 milhões.

Veículos motorizados como carros, motocicletas, ônibus, trens e metrô foram o meio de transporte de 68% da população, enquanto o restante utilizou bicicleta ou andou a pé. Foram feitas 28,2 milhões de viagens motorizadas, sendo 15,3 milhões em transporte coletivo e 12,9 em automóveis particulares. Entre os não-motorizados, 12,9 milhões fizeram seu trajeto a pé e 400 mil de bicicleta.

O gerente de Planejamento e Expansão dos Transportes Metropolitanos do Metrô, Alberto Epifani, disse que o mapeamento, o maior do país, feito há 50 anos, é importante para determinar estratégias para a ampliação da rede de trasportes e evitar desperdício de dinheiro público.

Para o estudo, foram levados em conta os hábitos em 32 mil domicílios, com 156 mil entrevistas, em 39 municípios da região metropolitana. “Antes o processo era empírico. Com a pesquisa, começa a se pensar na mobilidade urbana da cidade de forma organizada, estruturada”, disse. Segundo o gerente, o Metrô prioriza a construção de linhas onde o fluxo chega a ser de 30 a 60 mil passageiros por hora.

Tempo que se gasta no trânsito na

capital apresenta queda de 16%

O tempo que o morador da região metropolitana de São Paulo gasta em suas viagens cotidianas está em queda. Em 2007, o tempo médio dos deslocamentos de carro era de 31 minutos. Agora, é de 26, redução de 16%. É um dos dados trazidos pela Pesquisa Origem-Destino (OD) da Companhia do Metropolitano de São Paulo (Metrô), feita a cada dez anos desde 1967. Especialistas destacam mais trens, faixas exclusivas e uso de aplicativos.

A edição atual da pesquisa, cujos primeiros dados serão apresentados hoje, foi feita com base em 156 mil entrevistas em 32 mil domicílios nas 39 cidades da Grande São Paulo, além de pontos de bloqueio em rodovias, terminais e aeroportos.

No caso do transporte coletivo, que inclui ônibus, metrô e trens da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), a redução na média dos tempos de viagem foi de 10,4%, de 67 minutos em 2007 para uma hora agora. Mas há diminuição até para quem faz os trajetos diários a pé: de 16 para 12 minutos na última década.

Há várias explicações para isso, segundo técnicos e especialistas. A primeira é a ampliação da malha do metrô, que aumentou o número de estações na Linha 2-Verde, saindo da Chácara Klabin, na zona sul, até a Vila Prudente, na zona leste, ganhou a Linha 4-Amarela, ligando a Luz, no centro, ao Butantã, na zona oeste, e partes da Linha 15-Prata, na zona leste, além da expansão da Linha 5-Lilás, na zona sul.

Associada a isso, há a compra de mais trens para a CPTM. Outras explicações citam o aumento das faixas exclusivas para ônibus, que também reduzem o tempo de viagens, e até o uso de aplicativos de navegação por motoristas para fugir das vias mais congestionadas.

 

Foto: Rovena Rosa ABR